A quem é visitante casual deste LUGAR NO TEMPO e mal me conhece, peço desculpa pelo tom demasiado subjetivo destes postais. A cedência à subjetividade compreende-se se não for exagerada, um blogue não é o site de uma empresa, é um lugar de encontro.
Dito isto, aqui deixo as palavras que recolhi há pouco no espaço facebook do João:
Não resisti a escrever nos comentários:
«Quando escrevi ( em comentário anterior), "meu filho, meu pai", fiz minhas as palavras de David Mourão-Ferreira, quando um dia se abraçou ao filho, que ele (David) admirava muito. É preciso ser pai de alguém como o João para entender este aparente paradoxo.
A relação parental como que se inverte. O pai, que já foi invejado/ admirado pelo filho no seu processo de crescimento e autonomia, passa a ser o admirador. O pai que já foi instrutor passa a ser instruído. O pai "que tinha sempre razão face aos desmandos irracionais do jovem", passa a ser discípulo da racionalidade do jovem que amadureceu.
É um fenómeno fabuloso!»
A relação parental como que se inverte. O pai, que já foi invejado/ admirado pelo filho no seu processo de crescimento e autonomia, passa a ser o admirador. O pai que já foi instrutor passa a ser instruído. O pai "que tinha sempre razão face aos desmandos irracionais do jovem", passa a ser discípulo da racionalidade do jovem que amadureceu.
É um fenómeno fabuloso!»
Acrescento ainda:
As relações pais/filhos alteraram-se com as modificações civilizacionais das últimas décadas - assunto complexo que não cabe nesta escrita rápida. Só refiro um aspeto: a rapidez com que as coisas acontecem leva muitas vezes a uma deterioração das relações parentais que acaba na indiferença. Cava-se um fosso entre gerações, os mais velhos imobilizados num saber que já pouco vale e os mais novos deslumbrados com a ilusão da conquista do mundo que lhes é dada pelo domínio das novas tecnologias.
Este fosso é sinal de incultura de ambas as partes e resulta de uma visão redutora da vida.
Transposto para o mundo económico, é responsável pela incapacidade de os mais velhos, donos das empresas, compreenderem e aceitarem os mais novos, portadores de ritmos e conhecimentos que eles não dominam.
Aos mais velhos pede-se cada vez mais que mantenham a mente aberta e aceitem a inovação; e aos mais novos que ajudem os cotas a adaptarem-se à vertigem da mudança.
Isto tenho aprendido com o meu filho, depois de o ter ensinado a crescer sem medo.