Em Portugal há duas coisas grandes, pela força e pelo tamanho: Trás-os-Montes e o Alentejo.
Trás-os-Montes é o ímpeto, a convulsão. Um mundo! Um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia, que tanto se levanta a pino num ímpeto de subir ao céu, como se afunda nuns abismos de angústia, não se sabe por que telúrica contrição.
O Alentejo é o fôlego, a extensão do alento. A serenidade criadora. Compreende-se que fosse do seio da imensa planura alentejana que nascessem a fé e a esperança num destino nacional do tamanho do mundo. O Alentejo é na verdade o máximo e o mínimo a que podemos aspirar: o descampado dum sonho infinito e a realidade dum solo exausto.
(Miguel Torga)
A estas terras se prendem as “RAÍZES DO CORAÇÃO” que vamos hoje cantar.
Coral GAUDEAMUS, no Convento da Graça, às 21.30 horas.