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1.12.08

SINAL


Quando a Amada chegar
irás reconhecê-la:
traz um tesouro nas mãos
e um rio luminoso nos olhos
Verás ainda
a névoa da infância,
algumas gotas de chuva triste

E a luz de um astro antigo
iluminando o tesouro.

20.1.08

ALGUÉM ME DEU UM RIO...


Poema (sobre um rio)

Nada, nada pode afastar-me do meu amor
Ali na outra margem.
Nem mesmo o velho crocodilo
No banco de areia entre nós
Nos pode separar.

Avanço apesar disso,
Caminho por sobre as ondas,
O seu amor reflui através da água,
Lançando ondas até à terra firme
Por onde eu possa caminhar.

O rio é o nosso Mar Encantado.

In: Poemas de Amor do Antigo Egipto, trad. Helder Moura Pereira, ed. Assírio & Alvim.

7.7.07

...A VIDA PASSA



Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.

Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos

Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.

Enlacemos as mãos.


Depois pensemos, crianças adultas, que a vida

Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,

Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,

Mais longe que os deuses.


Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.

Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.

Mais vale saber passar silenciosamente.

E sem desassossegos grandes.


Fernando Pessoa