Quando em meu desvelado pensamento
O teu formoso gesto se afigura,
Não sei que afecto sinto, ou que ternura,
Que a toda esta alma dá contentamento.
Ali fico num largo esquecimento,
Contemplando na minha conjectura
Do teu sereno rosto a graça pura,
De teus olhos o doce movimento.
Porém logo a inconstante fantasia
Me acorda o entendimento arrebatado,
E desfaz todo o bem, que me fingia,
Sendo tal este gosto imaginado,
Que de Amor outra glória eu não queria
Mais que trazer-te sempre em meu cuidado.
Filinto Elísio
[Filinto Elísio nasceu em Lisboa, em 1734, de origens humildes. Foi ordenado padre, em 1754, e influenciado pelo arcadismo, e pelo iluminismo. As suas ideias liberais levaram a que a sua própria mãe o denunciasse à Inquisição, levando-o a exilar-se em Paris, em 1778. Aí conheceu o poeta Alphonse de Lamartine
A vida em Paris foi difícil, e teve que traduzir obras francesas para subsistir. As suas poesias foram publicadas, aínda em sua vida, em Paris, entre 1817 e 1819. Só depois da sua morte, as suas obras seriam publicadas em Lisboa, entre 1836 e 1840. ( Wikipédia)]
Imagem(C) Klint
3 comentários:
Há quanto tempo, Moedas, não lia nada do Elísio.
Parece que ficamos distantes destes homens quando nos sedimentamos no básico!
Uma óptima semana para ti, migo!
Méon,
Palavras...????
Não. Sentires!!!!!!!
Lenib:
è isso! Gostei que tivesses gostado!
Boa semana tb para ti
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Avelaneiraflorida
Pelas palavras chegamos à consciência dos sentires...
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