1.6.08

VERÃO

(Van Gogh)
Entrou Junho, o mês das manhãs gloriosas de sol. O Verão já espreita numa dobra do calendário. As andorinhas novas começam a ensaiar os primeiros voos.
E os poetas saudam o solstício que se aproxima.
Eia, Fernando Jorge Fabião ! Obrigado, Amigo! Poemas maravilhosos que nos deixaste na soleira da porta! Como estes:


VERÃO

Pronuncias a palavra amieiro
e as folhas estremecem
no assombro de um nome

acrescenta: giestas, olmos
juncos ( dobrados pela força da água )


para sair da cegueira
para júbilo da língua

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TIA ILDA

O fôlego de uma pequena ave
a solicitude de um anjo
serena, as lâminas de luz em redor
do rosto

limpa de toda a ferocidade e malícia
dizias
que a aldeia era uma areia íntima
disposta à escassez e à ruína

ao rezar, tocavas as palavras por dentro

nunca as tuas mãos
pousaram na areia cega do real.

(F. J. Fabião, Maio 2008)

2 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Méon,

e Fabião mais uma vez nos encanta!!!!!
As palavras completam o sentir!!!
E que melhor expressão ...senão a de Van Gogh???
Brigados!!!!

LeniB disse...

Enquanto o malandro do Verão chega e não chega, vamo-nos contentando com estes belos poemas...
bjs