Talvez a folha que ali vai no vento
Te volte aos ramos, árvore que choras...
Não voltam as que levam o esquecimento!
São as folhas do tempo, são as horas.
A folha que revoa pelos rasos
Nas asas dos tufões é feliz, ela!
Que até desfeita em pó, nos seus acasos,
Pode às vezes o vento ali trazê-la;
E pode, entre as raízes do arvoredo,
Ir na seiva do ramo onde nascera,
Tornando a ser ainda, tarde ou cedo,
Nova folha de nova Primavera.
Mas quem me dera a mim achar no vento
Em horas de saudade, em horas tristes,
Um pó que fosse vosso, um só momento,
Folhas do tempo que a voar fugistes!...
(Fernando Caldeira)
Foto (C) Méon
2 comentários:
Olá. Isto é tão belo, tão belo...
nada mais me legitimo a dizer-lhe, a não ser que lhe estou grata (uma vez mais) por estar aqui... Este seu canto, traz-me na maioria das vezes em que o visito, a tranquilidade da sabedoria que procuro.
Um abraço. Até breve. Azul.
Méon,
e as folhas voaram para o seu leito de terra...
em breve aí estarão, primaveris, todas as flores!!!!!
Beijinho.
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