15.2.13

PCP diz que autarcas com limite de mandatos podem candidatar-se | iOnline





PCP diz que autarcas com limite de mandatos podem candidatar-se | iOnline

Já estou a ouvir a vox populi: "Nenhum se salva! Todos iguais! Todos a defenderem a eternização no poder!"

Diga-se que também me surpreendi com a intervenção do deputado comunista na Assembleia da República e apetece-me desabafar pela voz comum: o desemprego atinge mais de um milhão de portugueses, e os autarcas profissionais não querem perder o lugar!

 Parece-me - a mim e a quem não usa sofismas para ler a Lei segundo o seu interesse - que a lei da limitação dos mandatos, quando foi criada, tinha como objectivo impedir a perenidade no poder de gente que lá se instalou e por lá ficou com intenções de não sair.

 Vem o deputado António Filipe defender os direitos dos eleitos que não podem ser restringidos. Mas não fala nos direitos dos outros que querem candidatar-se e que encontram, em quem já está instalado, uma barreira intransponível, pois é sabido que quem domina a máquina tem muito mais hipóteses do que os novos pretendentes à eleição.

 Dir-se-ia que o PCP, com a sangria de quadros, está em apuros para arranjar gente que substitua os seus dinossauros autárquicos. Não admira, pois, que se ponha ao lado das jogadas do Meneses no Porto, do Seabra em Lisboa ou do Moita Flores que já foi mercenário em Santarém - ele que tinha tanto a ver com Santarém como eu com a Patagónia...

E lá virá a dança dos candidatos: está no Alvito há 20 anos? É altura de passar para Castro Verde!
Manda no Sobral de Monte Agraço há 30 anos? Pode passar para Nisa - e o de Nisa pode ir para o Crato que não é longe...

Que admira que a vox populi se insurja e julgue a eito?

4 comentários:

Joaquim Cosme disse...

Os políticos são todos a mesma coisa quer sejam deste ou daquele partido. Dizem uma e fazem outra. Defendem os seus interesses. E nós temos que aguentar.
Joaquim Cosme

Anónimo disse...

Posta demasiado simplista.O PCP parece que votou contra.Já se viu os partidos do arco da corrupção a votarem leis contra a corrupção? A lei é justa? Então por que abrange só os presidentes da/de câmara? E por exemplo os deputados e presidentes das regiões autónomas? Ser velho (e até se pode não ser) é sinal de corrupção? Não se pretenderá livrar-se de pessoas por processos ínvios que correspondem afinal de contas ao reforço do poder dos partidos vendo-se livres de pessoas incómodas? Que até se podiam candidatar como independentes e vencer? O mandato que o povo deu foi para um município ou para todos? E o voto do povo já não conta? O povo não sabe escolher (o botas não deixava os analfabetos votar)? Se a lei tivesse o carácter de generalidade até se podia aceitar. Só para alguns é uma lei antidemocrática.Algumas questões que podem ser debatidas com serenidade.
Por fim, sobre um comentário: "Os políticos são todos a mesma coisa" mas eu nunca votei nesses.

Joaquim Moedas Duarte disse...

Respondo ao "anónimo" porque o seu comentário é civilizado e o anonimato talvez se deva a não dominar o mecanismo de escrita ( bastava deixar o nome no final das palavras que escreveu).
Todas as postas são simplistas, é a grande limitação do blog style...

Claro que posso escrever um longo texto focando todos os ângulos de análise. Mas não é essa a lógica deste suporte comunicacional.
Aqui escreve-se o comentário impressivo, rápido, muitas vezes mal fundamentado, é certo, mas que reflecte uma espécie de entendimento geral das coisas - vulgo opinião pública.
Não pretendo fazer doutrina, sou um cidadão mediamente informado e, como tal, dou as minhas "bocas" que não passam, geralmente, de desabafos, estados de espírito.

Talvez aqui, nesta fragilidade analítica, resida a justificação daquela frase batida "em política, o que parece, é!".
Vivemos num mundo de aparências?
Sim, em política vive-se muito dessas aparências. Militei dez anos num partido político e, quantas vezes ouvi: " sim, o gajo tem razão, mas não podemos dar-lhe cobertura política..."
Porque o gajo era de outro partido ou, simplesmente, independente...

Onde isto nos levaria, ó anónimo!
Possivelmente só pararíamos em Fidel de Castro, sucessivamente eleito ao longo de tantos anos, verdadeira incarnação da "perpetuocracia"...

Anónimo disse...

O mecanismo da leitura talvez não lhe tenha permitido conhecer o que se passa em Cuba sobre a limitação de mandatos. O exemplo de Fidel Castro parece-me inadequado, injusto e preconceituoso e uma forma pouco hábil de fugir às questões – de tipo Maria-vai- com-as-outras. Vou continuar atento ao seu blogue que, acredite, aprecio.