Camile Pissarro - The Hermitage at Pontoise, 1867
ROSAS E CANTIGAS
Eu hei-de
despedir-me desta lida,
Rosas? -
Árvores! hei-de abrir-vos covas
E deixar-vos
ainda quando novas?
Eu posso lá
morrer, terra florida!
A palavra de
adeus é a mais sentida
Deste meu
coração cheio de trovas...
Só bens me
dê o céu! eu tenho provas
Que não há
bem que pague o desta vida.
E os cravos,
manjerico, e limonete,
Oh! que
perfume dão às raparigas!
Que lindos
são nos seios do corpete!
Como és,
nuvem dos céus, água do mar,
Flores que
eu trato, rosas e cantigas,
Cá, do outro
mundo, me fareis voltar.
Afonso Duarte (1884-1958)
Obra poética, Imprensa Nacional-Casa da Moeda
Lisboa, 2008
3 comentários:
Primeira leitura que faço do poeta.
'... eu posso lá morrer terra florida' , há uma magia nesse verso que reflete um amor puro as suas raízes ,
Gostei Joaquim
deixo abraço
Obrigado, Lis, pela tua atenção e presença.
Vou enviar-te a página LUGAR ONDE em que falo do poeta.
Bj
Obrigada Joaquim
Gostei imenso.
'Lugar Onde' é um espaço poético maravilhoso infelizmente sem atualização.Certamente o nosso tempo sempre curto nos impede de tratar nossos blogs como merecem.
abraço
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