31.1.08
...RESTO DE UM POEMA
O teu rosto inclinado pelo vento;
(...)
navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor dum fruto, ou o peso duma flor;
as palavras mordendo a solidão,
atravessadas de alegria e de terror;
são a grande razão, a única razão.
(Eugénio Andrade, LITANIA)
30.1.08
SABEDORIA ANTIGA
28.1.08
HOMENAGEM A FERNANDA BOTELHO.
Nasceu em 1926, faleceu em 11 de Dezembro de 2007. Inesquecível, a minha primeira experiência de leitura de um "romance moderno": «A Gata e a Fábula», de Fernanda Botelho, que levantei na biblioteca itinerante da Gulbenkian de Santarém por indicação de António José Forte, que lá trabalhava.
AMNÉSIA
Posso pedir, em vão, a luz de mil estrelas,
apenas obtenho este desenho pardo
que a lâmpada de vinte e cinco velas
estende no meu quarto.
Posso pedir, em vão, a melodia, a cor
e uma satisfação imediata e firme:
(a lúbrica face do despertador
é que me prende e oprime).
E peço, em vão, uma palavra exacta,
uma fórmula sonora que resuma
este desespero de não esperar nada,
esta esperança real em coisa alguma.
E nada consigo, por muito que peça!
E tamanha ambição de nada vale!
Que eu fui deusa e tive uma amnésia,
Esqueci quem era e acordei mortal.
27.1.08
24.1.08
PARA PURIFICAR O AMBIENTE...
23.1.08
REFORÇANDO...
M E N - T I - R O - S A ! !
"Se bem me lembro..."
O «LUGAR ONDE» sobre Vitorino Nemésio já está no forno para sair quentinho na próxima Sexta-feira...
Também pode ser visto AQUI.
Como diria o Tarracha, engraxador à porta do café Central, na Praia da Vitória:
-Grande escritor! O homem até sabia tocar viola!!...
22.1.08
DUNAS
O seu último ovo
20.1.08
ALGUÉM ME DEU UM RIO...
Nada, nada pode afastar-me do meu amor
Avanço apesar disso,
O rio é o nosso Mar Encantado.
In: Poemas de Amor do Antigo Egipto, trad. Helder Moura Pereira, ed. Assírio & Alvim.
17.1.08
OBRIGADO, ANTERO VALÉRIO
SÓCRATES e o seu governo
A arrogância é uma característica que, durante algum tempo, pode ser confundida com determinação. Com o passar do tempo, transforma-se em algo demasiado abrasivo para ser tolerado.
Cândido da Silva , jornal Público
16.1.08
O TEXTO DA PETIÇÃO
15.1.08
...breve na paisagem
14.1.08
DORNES, a bela!
ILHA
12.1.08
11.1.08
FALTA DE PACHOOOORRA....ORRA...ORRA!
2º - Mas tenho opinião sobre os que falam do aeroporto: a maior parte do que se diz peca por falta de rigor ou falta de conhecimento.
3º - Sobra a burrice: falar sem ter em conta todos os dados do problema; pegar num ou dois aspectos secundários e fazer deles as questões essenciais...
4º As nossas televisões contribuem esmagadoramente para isto: o que adianta transmitir directos da Ota ou de Alcochete, às 8 h. da manhã, para ouvir a opinião de uns pobres diabos que estão a matar o bicho no café da esquina ?...
5º Mais uma vez as nossas elites falharam estrodosamente! O mal de Portugal! Trinta anos para discutir a localização de um aeroporto! E a discussão continua... continuará...
Só tenho uma maneira de seguir o assunto do aeroporto, tema a granel para os próximos dias: como se estivesse a assistir a uma revista"à portuguesa" no parque Mayer...
9.1.08
Torga: um poema "diferente"...
Miguel Torga (1907-1995) foi um dos nossos maiores escritores contemporâneos. Deixou-nos uma obra vasta, em prosa e verso. A voz, grave e solene, que ressalta das suas páginas, é a de um homem consciente das grandezas e misérias da condição humana. Por isso se deslumbra, por isso se revolta.
Inesperado, este pequeno poema mostra-nos outra faceta do grande escritor…
FANTASIA
Canto ou não canto o limoeiro
Aqui ao lado?
Ele é tão delicado!
Tem um jeito tão puro
De se encostar ao muro
Onde vive encostado…
Canto ou não canto as tetas da donzela
Que daqui da janela
Vejo no limoeiro?
Elas são tão maduras…
E tão duras…
Têm uma cor e um cheiro…
Canto!
Nem serei o primeiro,
Nem eu sou santo!
TRAPALHADAS COM AS PENSÕES
Já não bastava que os nossos pensionistas recebessem mensalidades de miséria. O Secretário de Estado da Segurança Social apareceu ontem a defender o aumento de 0,68 € mensais, uma forma de ajudar os reformados a gerir melhor o que recebem...
Hoje vem o Ministro desdizer tão douta opinião...
Como dizia o morcão:
- Organizem-se, carago!
HISTÓRICAS AUSÊNCIAS
>(Ana Luísa Amaral, in: Imagias )
6.1.08
UM VIRA-LATAS DA LITERATURA
«Tenho mais apreço pelos vira-latas do que pelos chiens de pedegree» - diria Luís Pacheco se ainda pudesse dar opinião. Mas calou-se, finalmente, este incómodo escritor que abalou muita gente, azucrinou os instalados e fez chacota com os reis em fraldas de camisa.
Morreu hoje, tinha 82 anos.
A não perder o programa de hoje - CÂMARA CLARA - em que passará o excelente documentário sobre Luís Pacheco, intitulado "Mais um dia de noite". Em cerca de uma hora, o realizador António José de Almeida aborda a biografia de LP, com os testemunhos de José Saramago, Mário Soares, Rui Zink, Eduardo Ferro Rodrigues, Vitor Silva Tavares. E ainda dois dos seus oito filhos, para além do próprio Luís Pacheco.
Os óculos pesam nos olhos que cegaram. À cabeceira, o jornal ‘Avante’ e um livro de José Gomes Ferreira não são bibelôs, mas companhias. Luiz Pacheco, criatura de inteligência rigorosa, de lucidez sobrenatural, um livre pensador que disse e diz coisas que não são fáceis de serem ditas, está preso a um cadeirão, tem o robe vestido, o aquecedor ligado e uma manta para o frio não lhe magoar o esqueleto. Nasceu em Lisboa, na Rua da Estefânea, a 7 de Maio de 1925, pai de oito filhos – frutos de muitos amores, na vida escolhida, que foi dura por prazer, só fez o que bem entendeu.O Estado Novo prendeu-o por politiquices e por ter amado menores. Frequentou o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras e a meio mandou o curso dar uma curva ao bilhar russo. Entretanto, a Inspecção de Espectáculos admitiu-o como agente fiscal, mas sedentarismo não combinava com o seu feitio. Preferiu a situação que considera invejável: desempregado. Depois, funda a editora Contraponto onde a corrente surrealista viu muitos dos seus autores publicados. Crítico literário e cultural, tradutor, colaborou em diversos jornais e revistas, ‘O Globo’, ‘Afinidades’, ‘Seara Nova’, ‘Diário Popular’. A sua escrita caracterizada de irreverência e de poesia esbofeteou a torpeza intelectual e desafiou o lápis azul da censura salazarista. Luiz Pacheco, que, em tempos, se fez sócio do Benfica para ir aos bailes e do Sporting para ir à natação, já não dança e não aprendeu a nadar. Apesar de ter andado perto do fundo, acaba por vir sempre à tona e ao seu ritmo.
4.1.08
O ESPLENDOR DA ESTUPIDEZ
Mas eu tinha de regressar ao carro e não pude fechar os olhos. Todo o horror da estupidez humana está ali resumido. Peço desculpa por ter estragado o que viram antes, com estas imagens confrangedoras.
Parece que a Câmara de Mafra tem um plano para esbater este horror. Sim, é bom que o tenha. É urgente que o ponha em prática!
O que lá está ultrapassa os limites da decência. O pior de Portugal em todo o seu esplendor: o "portuga" que se julga com direito a também ter uma casinha na praia. O taberneiro que vende cerveja e caracóis no Verão, enquanto a mulher lava as fraldas do miúdo no tanque das traseiras.
3.1.08
VITORINO NEMÉSIO (1901 - 1978)
A Concha
A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fachada de marés, a sonhos e lixos.
O horto e os muros só areia e ausência.
Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal e os santos esboroou nos nichos
E telhados de vidro e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta ao vento, as salas frias.
A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória.
V. Nemésio, in: O Bicho Harmonioso
2.1.08
**** IMPERDÍVEL ****
**** DESCOBERTAS ***
1.1.08
2008? 2008!!
- Olha, a novidade que este descobriu!
-Pois, novidade não é... Mas porque é que todos os telejornais começaram com ela?!
Apago a televisão e venho sentar-me ao computador. Cá estão os mesmos amigos, os mesmos espaços... E que bom eles aqui estarem!
Já tinha saudades!
Trouxe algumas fotos dos meus passeios pela região saloia.
Que bom vocês aqui estarem para poder partilhá-las convosco!
Bom ano!
Capela da Picanceira, freg. Santo Isidoro, Mafra
Capela da Quinta dos Chãos. Santo Isidoro, Mafra.
Pormenor duma típica casa saloia, na aldeia de Lagoa, freg. Santo Isidoro, Mafra.( Janela rente ao telhado... o beiral à portuguesa...