A pura oferenda é uma paisagem indefesa
como um trigal
ou como o ofício arcaico e sublime de cultivar
rosas ou prolongar o canto na aura do corpo.
O que magnifica a colheita do amor
é comparável ao esplendor de um mapa
(na saudade de viagens)
ou à contaminação do mundo pelo rumor claro
do teu riso.
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ÀS VEZES ERA DESATENTO
Acreditava nos ofícios vagarosos
no pouco que sabia
e ia esquecendo
às vezes, era desatento
deixava ínfimos vocábulos
nas margens das folhas
ou em conchas
ciosamente roubadas ao mar.
Ainda é possível abrir a caixa do correio e encontrar um envelope com a direcção manuscrita: foi o meu querido amigo Fernando Jorge Fabião que me visitou de novo. Lá dentro vinham frutos do seu pomar. Frescos e saborosos como só os dele!
Partilho-os com os amigos...
(Poemas de Fernando Jorge Fabião.
Imagem: reprodução de Camille Pissarro, 1886)
6 comentários:
Que belos frutos esses do seu amigo! Continue a partilhar connosco!
:)
Bom domingo!
Xantipa:
Obrigado. O Fernando é uma pessoa linda que escreve coisas muito boas. Como os frutos!
Disse-me que tem dois livros prontos, não sei se e como os vai editar. Um dia destes falo com ele ao vivo, para saber...
Bom domingo tb para si.
Méon,
e os frutos refrescam o sentir!!!!
Fabião transforma os frutos em oferendas ... e tu partilhas-as connosco!!!!
"BRIGADOS"!!!!
Avelã:
Partilho-as porque sinto que os meus amigos sabem apreciar...
Tudo isto é inter-activo...
Bjnh
Gostei muito da oferenda do seu amigo, obrigada por partilhá-la connosco.
Em tempos também troquei desses frutos com uma amiga, mas o tempo passou, a distância foi aumentando e as cartas deixaram de surgir na caixa do correio. Quem sabe se não me inspiro com as bonitas palavras do seu amigo e volto a escrever-lhe.
Voltar à caixa do correio. Ter o tempo necessário para escrever à mão, ir ao correio...
Porque não?
Obrigado. Esta é a minha maneira de escrever "cartas a si"
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