Comovidamente: OBRIGADO aos queridos amigos que vieram aqui deixar o abraço franterno de quem partilha o sonho!
Todas as palavras me tocaram mas realço as do Luís e do Francisco.
Esperança!
Luís Filipe Cristóvão disse...
não me caberá a mim justificar o meu próprio texto, bem o sei. mas julgo que haverá algo a acrescentar. como bem perceberá, estou longe de considerar que o 25 de abril não valeu a pena. muito menos que a minha geração seja a única geração que se possa sentir traída. nada disso. acho até que o texto, apesar de algumas referências temporais (quase todas aos anos 80), tem dados com que muita gente se identificará. a traição sentida não é pela promessa da liberdade, não pode ser. a traição é pela promessa de conhecimento, de evolução, de camaradagem, tudo coisas que nunca foram cumpridas. talvez, mais do que colar este texto ao 25 de abril, me pareça que faz sentido colá-lo à nossa entrada para a união europeia (coisa que também vejo, historicamente, como inevitável). no entanto não posso calar que aquilo que nos foi prometido sucessivamente, e principalmente pelos senhores Cavaco Silva e Mário Soares (e por todos aqueles que com eles estiveram nos diferentes momentos da história), não se cumpriu. não se cumpriu mesmo! e tanto mais doloroso isto pode ser, que Cavaco Silva beneficiou de maiorias e votações de toda a direita, tal como Mário Soares chegou a ter largas votações e apoios em todos os partidos da esquerda. agora, vitimização, não. uma geração, mesmo que traída, nunca é vítima. as vítimas são aqueles que acreditaram e deixaram de acreditar. a nós, deram-nos a possibilidade de sermos, talvez, a geração mais cínica da história de portugal. e talvez, por isso mesmo, continuemos a lutar. um texto como este (até pela repercussão que tem aqui) é uma boa forma de não baixar a guarda.
não me caberá a mim justificar o meu próprio texto, bem o sei. mas julgo que haverá algo a acrescentar. como bem perceberá, estou longe de considerar que o 25 de abril não valeu a pena. muito menos que a minha geração seja a única geração que se possa sentir traída. nada disso. acho até que o texto, apesar de algumas referências temporais (quase todas aos anos 80), tem dados com que muita gente se identificará. a traição sentida não é pela promessa da liberdade, não pode ser. a traição é pela promessa de conhecimento, de evolução, de camaradagem, tudo coisas que nunca foram cumpridas. talvez, mais do que colar este texto ao 25 de abril, me pareça que faz sentido colá-lo à nossa entrada para a união europeia (coisa que também vejo, historicamente, como inevitável). no entanto não posso calar que aquilo que nos foi prometido sucessivamente, e principalmente pelos senhores Cavaco Silva e Mário Soares (e por todos aqueles que com eles estiveram nos diferentes momentos da história), não se cumpriu. não se cumpriu mesmo! e tanto mais doloroso isto pode ser, que Cavaco Silva beneficiou de maiorias e votações de toda a direita, tal como Mário Soares chegou a ter largas votações e apoios em todos os partidos da esquerda. agora, vitimização, não. uma geração, mesmo que traída, nunca é vítima. as vítimas são aqueles que acreditaram e deixaram de acreditar. a nós, deram-nos a possibilidade de sermos, talvez, a geração mais cínica da história de portugal. e talvez, por isso mesmo, continuemos a lutar. um texto como este (até pela repercussão que tem aqui) é uma boa forma de não baixar a guarda.
Francisco Rodrigues disse...
Percebendo o desencanto do Luís não acho que seja desalento. Ele existe embora não me pareça que no Luís mas sim no povo em geral. Não sou saudosista embora goste de recordar com saudade, pontualmente, os bons momento que vivi ou que gostaria de ter vivido e sinto através as memórias dos mais velhos. Com os meus pais aprendi os ideias de Abril de 74. Não sei se terão sido bem aqueles que realmente despoletaram a na rua a revolução (a guerra e o seu fim isso sim, claro!). Parece-me que à sua medida nos esquecemos (portugueses) que esses ideais não são um posto e conquistam-se todos os dias em todos os papéis que desempenhamos. É na micro luta do dia-a-dia que podemos fazer um mundo melhor e dar significado e sentido à vida e à história. Fazer isso é um compromisso com a vida de forma activa na defesa de valores e princípios, participando sempre na vida pública, lutando contra invejas e compadrios e defendo o mérito, a solidariedade e o próximo, pois essa é a melhor forma de defender o interesse individual. Mas não é fácil. E talvez se tenha falhado no mais essencial das bases do desenvolvimento e da democratização, a educação. Sem uma boa educação não temos desenvolvimento e pomos em causa a democracia. Esse erro tem mais de 20 anos e continua a ser perpetuado. Haja corajem para o corrigir para que daqui a 20 anos não se possa dizer o mesmo. Temos é que fazer por isso...
Percebendo o desencanto do Luís não acho que seja desalento. Ele existe embora não me pareça que no Luís mas sim no povo em geral. Não sou saudosista embora goste de recordar com saudade, pontualmente, os bons momento que vivi ou que gostaria de ter vivido e sinto através as memórias dos mais velhos. Com os meus pais aprendi os ideias de Abril de 74. Não sei se terão sido bem aqueles que realmente despoletaram a na rua a revolução (a guerra e o seu fim isso sim, claro!). Parece-me que à sua medida nos esquecemos (portugueses) que esses ideais não são um posto e conquistam-se todos os dias em todos os papéis que desempenhamos. É na micro luta do dia-a-dia que podemos fazer um mundo melhor e dar significado e sentido à vida e à história. Fazer isso é um compromisso com a vida de forma activa na defesa de valores e princípios, participando sempre na vida pública, lutando contra invejas e compadrios e defendo o mérito, a solidariedade e o próximo, pois essa é a melhor forma de defender o interesse individual. Mas não é fácil. E talvez se tenha falhado no mais essencial das bases do desenvolvimento e da democratização, a educação. Sem uma boa educação não temos desenvolvimento e pomos em causa a democracia. Esse erro tem mais de 20 anos e continua a ser perpetuado. Haja corajem para o corrigir para que daqui a 20 anos não se possa dizer o mesmo. Temos é que fazer por isso...
4 comentários:
Meditemos todos sim...mas não
esqueçamos de fazer o meia-culpa.
Lá chegaremos.
25 de Abril...sempre.
Abraço
Acho muito importante este debate entre as gerações nestes 35 anos!
Mas o que correu mal , acho eu, não se deve ao 25 de Abril mas às nossas características como povo!
O 25 de Abril trouxe-nos mais uma oportunidade... e o desconsolo é de todos...por não termos sabido aproveitar! O senhor Soares e o senhor Cavaco estiveram lá porque, em liberdade, nós os elegemos...
Claro que as gerações mais novas ressentem-se mais.
De qualquer modo é excelente que estas coisas se pensem, se debatam e se publiquem!
Abril vivido em liberdade Sempre!
Bjs
Alcinda
Concordo que se tenha de fazer uma reflexão cobre as conquistas que ficaram pelo caminho, mas há muito para comemorar, antes de mais a liberdade, depois vem mais educação para todos (onde ainda há muito de fazer), mais acesso aos serviços de saúde (embora agora exista uma destruição parcial do SNS conquistado), mais apoio social à terceira idade, mais oportunidades culturais, etc. etc. ...
É claro que ainda falta muito, é claro que deixamos cair algumas conquistas, mas isso não pode ser um caracteristica fatalista dos portugueses, é mais uma teia de gente que olha para o umbigo e deixa acontecer aos outros, pensando que é só aos outros, teia que atrofia quem tente lutar e mudar o que está mal, vejam o que aconteceu durante anos aos professores, em que as manifs poucos conseguia mobilizar, mas este ultimo ano a luta de classe veio de novo ao de cima, com uma força que poucos esperavam.
25 de Abril não ficou pelo caminho, deu frutos, devemos comemorar e fazer a festa valorizando o que se conseguiu, não perdendo a vontade de alcançar ainda mais, sabendo que cada um de nós tem que participar e trabalhar para que colectivamente a sociedade evolua trazendo mais conquistas.
Cumprimentos e .. prá frente é que é o caminho.
Hoje, 26 de Abril deixei no meu "cantinho" uma homenagem a um dos muitos lutadores que estavam presos pela Pide à 35 anos. Passem por lá e digam de vossa justiça.
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