5.12.09

ARQUEOLOGIA AFECTIVA

De vez em quando escavamos na memória e encontramos nas camadas inferiores alguns vestígios de tempos esquecidos.
Estava eu a folhear um livro cá de casa, daqueles da segunda fila, atrás dos outros, amarelecido de tão esquecido, e encontrei este recorte.



(clicar para aumentar)


Foi tirado do PIM-PAM-PUM,  um Suplemento juvenil que saía às 5ªs feiras no jornal O SÉCULO. Sei que é de 1967/68 pelas circunstâncias em que o guardei.
Este suplemento foi para a minha meninice uma companhia inesquecível, nele li as primeiras BD's da minha vida.
Quando fui para a Faculdade de Letras, em 1967, conheci a Maria da Conceição Gomes da Silva, que estava a iniciar a sua carreira de jornalista. Um dia, em conversa, contei-lhe um episódio da minha infância, em Alpiarça, e que me deixara marcas fundas na memória. Nessa altura eu não sabia que ela também escrevia contos para o PIMPAM-PUM. Sei que ficou sensibilizada com a história.
Semanas depois apareceu com um Suplemento na mão e deu-mo. Que eu o lesse... Lá estava o episódio da caça aos passarinhos...

Tempos depois, com a necessidade de trabalhar, passei a aluno voluntário, e só ia à Faculdade para fazer os exames de frequência. Nunca mais vi a Conceição Gomes da Silva. Até hoje.

Procurei na net alguma informação sobre o célebre Suplemento do Século e encontrei esta imagem e o texto que se segue.






«O último número normal do suplemento Pim-Pam-Pum! surgiu nas bancas dois dias antes da publicação do último número regular do saudoso jornal O Século, em Fevereiro de 1977. No entanto, a empresa publicou ainda diversos números “especiais” do jornal durante os anos seguintes, para tentar manter o título e a memória do público. Na maioria desses números adicionais apareceu repetido o mesmo derradeiro Pim-Pam-Pum! nº 2555. Não foi possível localizar dois desses jornais, para confirmar se o suplemento/secção infantil existiu nas datas respectivas — correspondendo a O Século nº 33879, de início de 1979, e ao nº 33883, de início de 1983. »
Texto e imagem retirados daqui:
Hoje já não penso que as recordações são "coisas estúpidas e inúteis".
Qualquer dia vou até à Hemeroteca Municipal de Lisboa matar saudades do PIM-PAM-PUM...

2 comentários:

Unknown disse...

Méon,

que bela arqueologia!!!!!!

A este propósito relembro um livro que deve ter sido dos primeiros que folheei... só tenho uma vaga ideia de uma capa amarela e de uns bonecos com um nariz comprido...

Mas pode ser que na Hemeroteca haja uma "relíquia" perdida à nossa espera!!!!!

Beijinho.

Anónimo disse...

Lindo!
Olho vivo brilhou com a folha amarelecida.