http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1582438-4530,00.html
A outra é de Vitorino Nemésio:
A Minhoca
Um torrão de barro!
Eu vi um torrão de barro
Fresco, na enxada, e uma minhoca!
Aquele torrão cheiroso
Era a toca!
Eu vi bichas da terra,
Uma raiz ao sol,
Vi ervas verdes
E um osso.
E fiquei tão comovido,
Tão agradecido,
Que quis dizer isso a alguém,
Mas não sei a quem
Nem posso.
Eu vi a oliveira de bronze e de prata
Cheia de folhas e de pios,
E pelo vento soube dos rios.
Mas nem pinheiros nem fuminhos
De casais, semeaduras, cigarras,
Nem este pouco de poesia que me toca
E que do Mundo me desliga
Valem a pobre minhoca
Que se mexia para eu ver,
Só com metade da barriga.
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