Lá estive no Colóquio sobre Ruy Belo, na Gulbenkian, 3 e 4 novembro.
Muita gente, alguns conhecidos do JL. Organização vulgar, pobrezinha, nem uma esferográfica para apontamentos. Tá bem é a crise, pronto. Até nos horários, sempre atrasados, sina de todos os colóquios e congressos em Portugal.
As comunicações: salvo raras exceções, foram fastidiosamente lidas, sem preocupação de comunicar, em tumular monotonia. Gente sentada, sem levantar os olhos do papel. Para isso, esperava uns meses para as ler, no aconchego da manta nos joelhos ou na prática de tirar apontamentos sentado à mesa. Levantar-me cedo, fazer uma viagem, andar à chuva… para ouvir uns sujeitos debitarem as sua páginas ensaísticas, densas e de difícil apreensão imediata? Já vou tendo pouca paciência…
As exceções salvaram os dias. Gastão Cruz, Rosa Martelo, Vasco Graça Moura… E a abertura, com as comunicações (estas, sim, com vida e com olhos para nós) de Rui Vilar e António Feijó.
E o fecho, com uma hora de leitura de poesia por Rita Blanco e Luís Miguel Cintra. Momento único, a leitura do magnífico “Tu estás aqui”.
Acabou por valer a pena. A Gulbenkian é um oásis de serenidade. Gosto daqueles espaços, as exposições, a cafetaria/restaurante self-service.
E os livros! Trouxe a Colóquio Letras dedicada ao poeta e o livro álbum O Núcleo da Claridade, com fotos evocativas, feito pelo filho, Duarte Belo. Para além de uma partilha linda: O Tempo das Suaves Rapariga e Outros Poemas de Amor.
1 comentário:
"Estás aqui comigo à sombra do sol
escrevo e oiço certos ruídos domésticos
e a luz chega-me humildemente pela janela ..."
e estivestes a ouvir essa maravilha!
gostaria muito Méon de apreciar a leitura de poemas como esse maravilhoso " Tu estás aqui." e usufruir desse espaço magnifico que é o Gulbenkian.
obrigada pela partilha.
já estava saudosa de vir aqui.
deixo abraços
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