Parte final da entrevista de Luciana L Leiderfarb a Paul Auster, na revista ACTUAL do Expresso de 1 Set 2012:
(...)
« No "Diário de Inverno" reflete muito sobre a morte. Citando-o:
"Quando a pessoa consegue chegar à idade que tu tens agora, já escapou
por pouco a várias mortes absurdas e sem sentido." No final, pergunta-se:
"Quantas manhãs restam?" Tem ainda muito para dizer? Que porta se
fechou e que porta se abriu?
Eu penso na
morte desde os 12 anos, talvez antes disso. Mas agora sou um homem mais velho,
os meus dias estão contados, e não sei quantos é que me restam. Certamente menos
do que aqueles que já vivi. Estou literalmente no inverno da minha vida. Se
dividirmos a vida em quatro estações, eu cheguei à quarta estação. A porta da
juventude fechou-se e abriu-se a porta da terceira idade. Talvez seja o
período mais interessante de todos, quem sabe? Ainda não estive lá, apenas dei
alguns passos. Fisicamente não vai ter graça nenhuma, mas mentalmente pode vir
a ser uma grande aventura. Estou cheio de ideias, não quero parar, quero
continuar até ser física e mentalmente capaz de o fazer. Até lá, continuarei a
caminhar.»
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