Hopper, An excursion into philosophy, 1959
estendo uma toalha de palavras
sobre a mesa do silêncio
as sombras
alongam-se rente ao chão
como se fosse noite ao meio-dia
chegam de longe algumas notícias
doenças e tristezas
o vazio de um tempo onde já não moram
as horas que antigamente tanto prometiam
sebes e musgo muros
carcomidos
a orfandade de um ramo caído
não precisava de saber essas coisas
é inútil o meu cuidado
cresce o tempo
e a distância
um dia virá o grande silêncio
mas a morte é mais antiga
J. Moedas Duarte
1 comentário:
O silêncio toca as palavras e ilumina-as,
o poema é mais severo e fala do último silêncio que dele não escapamos mas podemos prorrogá-lo,
Edward Hopper e suas telas onde a alma feminina transparece,
belo post,
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