18.12.12
UM ACENO ESPECIAL...
Fernando Fabião nunca se esquece de um aceno de Natal.
Desta vez optou por um cartão artesanal, uma colagem à qual juntou dois versos.
E mais uma vez me deixou sem fala!
Ah! Mas a prendinha não se ficou por aqui. Dentro do envelope vinham dois poemas!
Meu querido e amado poeta: como agradecer-te a dádiva, que renovas todos os anos, certo de que atinges assim o cerne da minha sensibilidade?
A poesia, a tua poesia! Como não partilhá-la com os amigos que por aqui passam quase todos os dias, numa persistência que me deixa comovido e reconhecido - sabendo eu que tu és um deles, como já mo tens dito algumas vezes.
Eis:
CONSTRUÇÃO
As pedras que transporto
de todos os lugares
(para lhes dar uma casa)
encosto-as ao poema
o rosto dos vocábulos
insinua o labor indestrutível
do vento nos muros
nos rebocos
nos marcos geológicos
talvez o escriba
seja um operário da memória
LIVROS
O odor dos livros
resguarda o mundo
protege-o do olvido e da urgência.
O livro queima as mãos
como as minas o olhar
Páginas abertas (como um mar)
à inclemência do xisto.
Cartografia de nomes e feridas
marés habitadas (por dentro) e sem remissão.
.......................................
Obrigado, Fernando Fabião!
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2 comentários:
O mundo seria tão melhor se houvesse mais gentilezas !
E fizestes bem demais em compartilhar, nos presentando e fazendo-nos conhecer o poeta Fernando Fabião,
Lindo aceno de Natal,bonito presente .
grande abraço Joaquim
Para quê encarar o mundo de frente se a poesia está no verso? ( frase do livro Desaforismos de Georges Najjar Jr )
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