19.12.07
DESENCONTRO
Só quem procura sabe como há ruas
sem nada nem ninguém quando por elas
vamos às cegas, insistindo em vê-las
à luz de um só olhar onde flutua
a imagem ausente e a mais crua
solidão deste mundo, ao ver tão belas
as figuras que à tarde passam nelas
sem haver nada às vezes que destrua
o primeiro dos sonhos, a quimera
que sem razão nos faz ficar à espera
de tudo o que ao telefone prometia
o nosso amor, a sombra de uma voz.
Sabendo ouvi-la, nunca estamos sós
a no deserto achamos companhia.
(Fernando Pinto do Amaral, in: Acédia)
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3 comentários:
Lindissimo...
f
Adorei o poema, pois sinto e penso que estou sempre acompanhada...
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