9.12.07

TRINTA ANOS DEPOIS...



Vieira Calado chegou-me por mão amiga, já lá vão trinta anos. Guardei os livrinhos ( na altura chamavam-se "plaquettes") até hoje. Numa arrumação recente encontrei-os no meio de muitos outros. Hoje mostro este.
O outro, intitulado "Poema Para Hoje" , fica para... outro dia!
O seu conteúdo é curioso. Pouco tem de "poesia" no sentido que lhe dou comummente. É um pequeno objecto que resulta do espanto do seu autor perante um universo de milhares de milhões de sóis, de galáxias, de células... milhões... triliões... Números que ele repete exaustivamente, confrontando-os no final com a singularidade da sua própria existência:




...e cada sol milhões de cometas planetóides e planetas


e cada planeta milhões e milhões de homens




um dos quais é capaz de ser eu


ou um outro qualquer


ateu


Imagino o trabalho que deu o fabrico deste objecto / livro, que tem as seis páginas dispostas de modo engenhoso, com um pequeno texto que deslisa debaixo da última página. Ah! E tem igualmente duas gravuras do autor!

O autor merece o trabalho que tive a "scanear" tudo!
Para ele, visitante regular deste espaço, o meu reconhecimento. Trinta anos depois!

4 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Méon,Meu Amigo,

LINDO!!!!!!! LINDISSIMO!!!!!
Agora percebo muito melhor o último post do autor no cantinho dele!

"Brigados" pela partilha!!!!
UM DIA BOM!!!!

A Professorinha disse...

Que coisas tão bonitas :) Deves ter ogrulho em ter essas preciosidades contigo...

Fica bem

lurdes antunes, δίδασκω... disse...

De facto nem todos temos conhecimentos para escrever assim.

Parabéns pelo conteúdo no geral

vieira calado disse...

Olá, boa tarde!

Apressei-me a ver o seu post.
Efectivamente, se não me dizem... por vezes falha.

Esse OBJECTO EXPERIMENTAL
foi concebido após anos e anos,
desde a ideia original.

Muitas vezes assim é,
mesmo com poemas comuns.

Está esgotado há muito.

E conheço pouca gente
que tenha um exemplar.

Eu vivia em Lisboa e todos desapareceram em livrarias
ou nas mãos de amigos
ou conhecidos que,
na maioria dos casos,
nunca mais vi.

Até o autor das ilustrações
e capa, o Hugo Beja.

Obrigado por trazê-lo aqui.

Saudações poéticas.