Lá estive ontem, esforçadamente, a ver o programa Prós e Contras, na RTP, sobre questões do Ensino. E achei a discussão "descentrada" do essencial. Aquilo parecia um tribunal em que a ministra era a ré e a sala a acusadora. Resultado: a ministra passou o tempo a defender-se e a sala a acusá-la. Como se o advogado de acusação se esquecesse de apresentar as provas e se limitasse a dizer que o réu era culpado. Faltou objectividade e esclarecimento.
A maioria dos professores presentes falou como se estivesse na Sala de Professores, debaixo da indignação - LEGÍTIMA! - que esta política está a provocar. Ora, penso que este devia ser um programa para esclarecer a opinião pública, que desconhece os meandros da coisa. E acho que não foi. Quem não estava dentro dos assuntos, lá continuou.
A única intervenção de que gostei foi a do Mário Nogueira: directa, concisa, a desmontar o esquema imposto às escolas. E aí a senhora ME foi de um cinismo revoltante.
Preparava-me para ver a terceira parte quando dei por mim a ouvir o senhor da Confap. Já não aguentei: quase uma da manhã e aquele ali a pregar...
Acabei de ler o blogue do Ramiro Marques e confirmei as minhas impressões. De caminho encontrei uma referência a um cartoon sobre a avaliação do desempenho e não resisto a linká-lo.
Divirtam-se AQUI .
E não se esqueçam de dar uma saltada ao Paulo Guinote, que seguiu o debate a par e passo. Concordo com a maioria dos comentários dele.Ver AQUI
Atenção: não estou nem um bocadinho ao lado da ME! E sinto uma enorme satisfação por ver que, finalmente, parece que os professores acordaram. De norte a sul do país crescem os movimentos de contestação.
Ontem isso ficou bem patente. Mas julgo que falhou o esclarecimento/informação aos leigos que estão por fora. Caso dos milhares de pais dos nossos alunos...
6 comentários:
Meon
e circulam ingormações via Sms muito importantes.
Mas concordo que é preciso INFORMAR OBECTIVAMENTE os que estão fora do processo, para que percebam as razões do descontentamento e as avaliem também!!!
Concordo contigo...embora tenha que reconhecer que ela está mesmoa pedi-las e as pessoas já perderam a paciência...
A minha nota mais negativa vai para a apresentadora que não permitiu esclarecimentos e deu azo a atitudes como as que referes
Concordo contigo!
No "umbigo", deixei este comentário na sequência de outros comentários:
Concordo com a IC. Para nós, os professores “somaram pontos”, para o opinião pública, continuamos uns calões.
Todos sabemos que a Fátinha não ia deixar os créditos do programa por mãos alheias… e ela não está ali para perder apoios, nem para permitir que o governo seja posto em causa de maneira demasiado evidente. Afinal a RTP é um canal estatal e os puxões de orelhas seguir-se-iam rapidamente. Convém que existam programas pseudo-democráticos em que a opinião pública se reveja numa espécie de contraditório mas convém, também, que esse contraditório não ponha em causa, de forma ostensiva, as políticas do governo. E, para isso, serve a desculpa da falta de tempo e a necessidade de dar voz a todos os interlocutores, o que todos vemos que apenas se passa quando a “voz” é incómoda.
É tudo uma “espécie de…”
Sobre a prestação dos professores o que tenho a dizer é que tenho pena que confiem demasiado nas suas capacidades.
A intervenção num local público, especialmente num meio de comunicação audio, sujeita a tempos de intervenção, sujeita a interrupções, tanto pelo moderador, como pelos outros intervenientes, tem que ser sempre bem preparada. Não pode ser deixada ao acaso, à capacidade que cada um tem de discorrer sobre os temas em discussão. Não é o mesmo estar ali ou num qualquer outro espaço.
E esse foi o grande defeito da prestação dos nossos colegas. Quando se vai para um debate deste tipo, um debate em que a palavra é de ouro e cada segundo tem que ser bem aproveitado, deve-se levar “uma cábula”, bem esquematizada com a sequência dos pontos a abordar, para que se consiga passar a mensagem e não pareça que se anda perdido no meio dos diferentes assuntos.
Infelizmente, ficou quase tudo por dizer. Ficou por explicar os porquês da nossa contestação. Ficou por rebater a lógica que presidindo a toda a “reforma”, que parece uma manta de retalhos mas que efectivamente não o é, não se debruça sobre o problema chave de todo o sistema educativo – o ensino - incidindo só na instituição e nos seus agentes, o que, de forma alguma, vai resolver o problema das aprendizagens.
Foi pena!
alcindaleal
Obrigado pela visita.
Claro, ela estava a pedi-las. Mas no dia seguinte, num debate aberto da SIC, à tarde, os telespectadores fartaram-se de bater nos professores. Há muita gente que continua a olhar para nós como "aqueles que têm muitos dias de férias" - e não vêem o resto.
Bj amigo
--------------------------------
maria lisboa
obrigado pelas tuas palavras com as quais concordo
Bj
Enviar um comentário