SABEDORIA
Aprende a estar só, e a dizer
Adeus às coisas que se afastam.
Deixa-as ir, supérfluas... Recolhe-te
À pobreza das coisas que te bastam.
Não te apegues à névoa dispensável
Nem ao cómodo torpor do que te é dado.
Mas canta, como um rio que não sabe
Se canta para si ou é escutado...
Estende à beira-nada o teu poema,
Vai cantando sozinho o que é verdade.
E deixa-te invadir pela bondade
- A sabedoria íntima e suprema.
(João Maia, in Abriu-se a Noite)
Foto Méon (C): Rio Tejo, junto a Alpiarça
6 comentários:
Bondade e sabedoria...
:)
Que bem escolhido!
Um beijinho
Xantipa:
De vez em quando volto a este poema. Chama-me a atenção para o essencial!
Outro de volta!
"Nunca vi um alentgejano a cantar sozinho". O poema é lindo mas... cantar sozinho a verdade?!
Méon,
e aqui canta o TEJO! O imenso rio...
SEMPRE!!!
Beijinho.
cs:
Percebo a reserva...
Mas... o poeta não é, por natureza, um solitário?
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Avelã:
Não é por acaso que os rios andam sempre associados às grandes viagens interiores... Lembras-te do Siddartha?
beijinho, SEMPRE.
Lindo!
Os Dons de cada um...ânimo para quem ama esta arte de fazer/dizer!!
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