A FLOR
Entre a erva dos nervos camuflada,
emboscada no túnel de uma veia,
a flor apenas rompe, deslumbrada,
quando o pinhal, à noite, se incendeia...
Virá a converter-se em depressão,
enfarte do miocárdio, ou embolia,
no dia em que se apague esse clarão
com que a sua presença se anuncia... ?
Mas numa artéria já sem movimento,
ou na erva dos nervos recolhida,
descobrirão a flor feita de vento
que em vida me deu morte e me deu vida...
Hão-de enterrar então a flor e o vaso.
E nunca ninguém mais alude ao caso.
David Mourão-Ferreira
2 comentários:
Méon,
toda a verve do DMF!!!!!
Mas a violeta é LINDA!!!!!!
Beijinho.
Curioso! mas o titulo e a imagem encantaram-me.
Bjs
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