Luís Filipe Rodrigues passou à minha porta e deixou um poema e votos de Bom Ano.
Agradeço, retribuo os votos e publico.
Deixou metade da laranja na mesa. Não o perturbou a falta de apetite nem o desenho abandonado a meio.
«A dieta tem as suas regras, tal como a perspectiva. A escassez dói e nos faz fortes, mas viver no limite da escassez altera a visão final do desenho.
A realidade depende do ponto donde se olha. A conclusão é variável porque o espírito flutua conforme o vento. Ao seguir-se a linha da falésia onde mora o indizível, é arriscado atravessar a treva sem uma luz que nos chame e oriente. Perante o horizonte abstracto permanece a dúvida, ou será que a minha fome consiste em continuar a viver na cegueira» disse ele.
A realidade depende do ponto donde se olha. A conclusão é variável porque o espírito flutua conforme o vento. Ao seguir-se a linha da falésia onde mora o indizível, é arriscado atravessar a treva sem uma luz que nos chame e oriente. Perante o horizonte abstracto permanece a dúvida, ou será que a minha fome consiste em continuar a viver na cegueira» disse ele.
Dias depois ao sentar-se novamente à mesa, no silêncio de si consigo e depois de muito meditar, notou que o desenho tinha mudado: As árvores desciam do céu e o chão atapetado de laranjas.
1 comentário:
laranja doce!
Beijinho.
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