22.3.12

QUE CAMINHO?


Perplexidade, interrogação... O que sei é isto: o capital não tem fronteiras e obedece à lógica do cancro: multiplicar-se sem controlo. É gerido por programas informáticos sem rosto mas com muitos interessados - que podes ser tu ou eu, basta termos mil Euros no banco e pedirmos ao gestor de conta "aplique isso onde der mais dinheiro".

Não tem fronteiras, o capital. Mas nós continuamos a viver na ilusão de que somos independentes, soberanos, com um Governo democraticamente eleito, que aplica um programa para a felicidade comum.

Li esta opinião de Viriato Soromenho Marques e subscrevo. Faz lembrar o velho preceito de Marx "proletários de todo o mundo, uni-vos!" - e possivelmente não passará de idealismo inconsequente.
Mas... haverá outro caminho?



"Não faltam razões para protestar, o problema reside sempre em saber quais são as formas mais adequadas e eficazes de protesto. Estamos a assistir a uma espécie de "deslocamento de placas tectónicas" na sociedade contemporânea, e em particular na Europa, com imensas consequências nos planos social, económico, político e até moral.
Vivemos uma crise financeira e económica, que tem também raízes ambientais, alimentando-se ainda no facto de o projeto de construção europeia estar atingido por uma espécie de paralisia e recuo, precisamente na altura em que seria vital o seu aprofundamento e revitalização políticos num sentido claro, que deveria ser o do federalismo europeu.
A crise europeia é uma crise sistémica. Exige respostas estruturais, que impliquem uma óptica europeia, instrumentos de governação europeia, instituições europeias, uma legitimidade política fundada num verdadeiro consentimento dos povos europeus. Precisamente o contrário daquilo a que temos assistido. Medidas avulsas e de recorte nacional, condenadas ao fracasso. O movimento sindical, as organizações não-governamentais, as associações de cidadãos, as redes sociais, mas também os partidos políticos têm de procurar formas de coordenação europeia das suas ações de protesto, bem como das suas propostas de alternativa. A questão da criação de um espaço público europeu, de uma esfera de participação e cidadania europeias, é hoje uma questão de vida ou de morte não só para o projeto europeu, mas para a possibilidade de democracias avançadas e robustas no Velho Continente."

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