Afinal parece que não houve grandes manifestações na rua. Afinal parece que não há falências de empresas todos os dias. Afinal parece que a Segurança Social já tem lucro outra vez. Afinal parece que estamos felizes.
António José Seguro faz figura de quê, quando aparece com aquele ar indignado? Julga enganar quem quando denuncia a incapacidade do Governo?
Andei na rua, sim. Vi milhares de pessoas ansiosas por uma alternativa a este Governo desnorteado. E que faz o PS? Apoia o descontentamento, grita, barafusta mas, na hora H, senta-se na esplanada e toma uma bica.
Leio na imprensa:
«Segundo fonte socialista,
a posição de António José Seguro sobre as moções de censura ao Governo do Bloco
de Esquerda e do PCP - documentos que serão discutidos e votados na
quinta-feira na Assembleia da República - foi transmitida na sua intervenção
inicial na reunião da Comissão Política Nacional do PS, que está a decorrer
hoje à noite em Lisboa, à porta fechada.
Na sua intervenção, de
acordo com a mesma fonte, António José Seguro referiu que, ao longo dos últimos
anos, as moções de censura do PCP e Bloco de Esquerda "têm-se dirigido
maioritariamente contra governos do PS".
António José Seguro
colocou também "três pontos" que considerou "inegociáveis"
em relação a qualquer hipótese de convergência com o PS: "Portugal deve
continuar na União Europeia, Portugal deve continuar na União Económica e Monetária
e Portugal deve honrar as metas do memorando e pagar a dívida".
Ou seja, de acordo com o
líder socialista, se alguma força política não defender estes três princípios,
não tem hipótese de convergência política com o PS.»
Portanto, ficamos a saber ainda melhor quem está contra esta política e este Governo e quem contemporiza por absoluta incapacidade de apresentar alternativas, escudado nos chavões pró-Europa que já vêm do tempo de Mário Soares.
Ficamos a saber ainda melhor que o PS continua a achar que quem pôs o PPD/CDS no Governo foi a outra esquerda, sem perceber o desastre que era o Governo Sócrates do qual nunca se demarcou, sem perceber que não era só a "extrema-esquerda" que estava contra Sócrates, era o país inteiro que já não suportava mais os desmandos dele.
O PS, deslumbrado com as sondagens mais recentes, já se vê outra vez no poleiro, fiado na falta de memória de muita gente.
Não percebem, estes políticos de gabinete, que o povo está farto deles. Dos Coelhos, dos Gaspares, dos Portas, sim. Mas também dos Seguros e Cª, sucessores de Sócrates e Teixeira dos Santos que nunca desautorizaram nem inculparam do estado a que isto chegou.
O povo já percebeu, ó Seguro, que andas a tratar de um seguro de vida para uma próxima parceria público-privada. Da mesma companhia que garantiu o Coelhone, o Vara, o Gomes...
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