Edward Hopper, Hotel Room
Imagem insólita do quotidiano?
Uma mulher em roupa interior está absorta na leitura. Nada de insólito, eh! Passo os dias a fazer coisas assim, deixar a meio uma tarefa e pegar num jornal ou num livro. Ou regar uma planta com um pé calçado e outro descalço. Ficar a olhar a TV, à saída do banho, meio nu ou meio vestido. O quotidiano não tem história até ao momento em que é olhado, narrado.
Na pintura a narração suspende-se, fotograma de um filme. O movimento isola-se em momento, tornado fulgurante pela eliminação do tempo. Transforma-se em eternidade e em silêncio.
E. Hopper, Western Motel
Um olhar carregado de ambiguidade. Não sabemos se somos esperados ou censurados por invadir o espaço. O silêncio, sempre. O instante tornado eterno pela imobilidade e pelo silêncio. Lá fora, a aridez do mundo.
2 comentários:
Caro Joaquim,
Gostei muitíssimo da sua leitura destes quadros de Hopper, um dos meus pintores de eleição. E, curiosamente, vejo aqui um paralelo com uma prática que também tenho ensaiado no meu blogue - a do comentário, livre e pessoal, sobre arte.
Fiquei fã do seu espaço e tornar-me-ei seguidora.
Um beijinho,
Lou
PS - Convido-o a reciprocar!
Caro Joaquim,
Gostei muitíssimo da sua leitura destes quadros de Hopper, um dos meus pintores de eleição. E, curiosamente, vejo aqui um paralelo com uma prática que também tenho ensaiado no meu blogue - a do comentário, livre e pessoal, sobre arte.
Fiquei fã do seu espaço e tornar-me-ei seguidora.
Um beijinho,
Lou
PS - Convido-o a reciprocar!
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