A grande notícia hoje vem no jornal I e na TSF on-line:
Alunos retidos no 8º ano podem concluir de imediato ensino básico
Hoje às 07:19 TSF
Os alunos com mais de 15 anos e que estão retidos no 8º ano de escolaridade vão poder queimar uma etapa e concluir de imediato o ensino básico. Os alunos com mais de 15 anos, retidos no 8º ano de escolaridade, podem agora concluir de imediato o ensino básico.
O jornal I conta, esta manhã, que o Ministério da Educação consagrou essa possibilidade num despacho emitido em Março, mas para que estes alunos não tenham de frequentar o 9º ano, já este mês, vão ter de submeter-se a uma série de exames. Em primeiro lugar, precisam de se auto propor às provas nacionais de Português e Matemática do final do terceiro ciclo em Julho. Depois têm de fazer os exames a nível de escola em todas as disciplinas do 9º ano. Cumpridos com êxito estes dois requisitos, os alunos, com mais de 15 anos, podem assim dar o salto do 8º para o 10º ano e ver terminado o ensino básico.
O processo não é obrigatório e para que se realize precisa sempre da autorização do Encarregado de Educação. O Ministério da Educação já tinha dado a possibilidade aos alunos do 9º de passar para o ano seguinte se conseguissem realizar, com aproveitamento, as provas nacionais e os exames escolares das disciplinas em que tinham chumbado.
A novidade surge em Março, num despacho normativo publicado em Diário da República, que dá acesso directo ao 10º ano, eliminando assim uma etapa. A primeira chamada das provas nacionais começa no dia 16 deste mês, mas os alunos retidos no 8º ano com mais de 15 anos só as vão poder realizar durante a época extraordinária de 23 de Junho a 14 de Julho.
Os comentários à notícia chovem, como estes exemplos:
«Isto vem no seguimento de terem alargado a escolaridade mínima obrigatória para os 18 anos. Se querem ter na "escola", aluno que só lá vão porque são obrigados, só têm duas hipóteses. Ou deixam-nos ficar no 8.º ano (com crianças de 14 anos) até completarem os 18 ou arranjam mecanismos que lhes permita irem avançando para turmas com o mesmo nível etário. A escola para todos transforma-se assim em escola para nenhuns!»
«Série de exames ou exames em série a ordem dos factores é arbitrária. O que aliás encaixa que nem uma luva nas arbitrariedades e deambulações parolas de um folclórico ministério de um festivaleiro governo, ou a maneira finamente enroupada de produção em série de analfabetos funcionais. Provávelmente merecemos e até apreciamos a praga de ratazanas postiças que nos comanda. Que gente!»
Que penso disto?
Se virmos bem, esta medida não vai abranger muitos alunos. Há a exigência de fazerem provas e exames, o que não está ao alcance de cábulas que andaram por ali sem fazerem nada.
Para mim o problema é este: mais uma vez o Ministério da Educação faz transparecer a ideia pública de que o esforço persistente não é premiado, e que os cábulas são protegidos.
Mais uma vez os professores vão ser obrigados a elaborarem provas e a realizar exames, com todo o imenso trabalho extra que isso significa e que, depois, não são sequer utilizados. Ou então os alunos propõe-se a exame e faltam, deixando os professores escalados para o serviço em espera inútil, a perder tempo. Ou aparecem a fazer exames, a ver se há milagres e é tempo perdido inutilmente.
Isto já era assim com outros exames de alunos auto-propostos. Perder tempo! "Gastar tempo ao Estado", sem qualquer vantagem.
Mas a ideia base que fica a pairar é a do facilitismo.
1 comentário:
De acordo com o teu comentário. A Escola Pública está convertida toda ela nas «Novas Oportunidades».O que dizes basta.
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