O AMOR EM VISITA
Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.
Cantar? Longamente cantar.
Uma mulher com quem beber e morrer.
(..............................)
Herberto Hélder in A Colher na Boca, 1961,
um dos livros fundadores da poesia portuguesa contemporânea.
Longo poema, de que apenas se transcreveram os primeiros versos...
3 comentários:
Méon,
Herberto Helder deixa nestes versos um CÂNTICO imenso...
Uma celebração VIVA!!!!
"Brigados" pela partilha!!!!
Beijinho.
Sempre apreciei a poesia de Herberto Helder...obrigada por no-lo lembrares!!
bjs
A próxima página LUGAR ONDE será sobre H. Hélder.
Obrigado pelas visitas.
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