Era de uso noutros tempos enviar a alguém de quem se gostava uma cestinha com os mimos da época: maçãs, uvas, broinhas dos Santos, doces do Natal... E um bilhetinho com "recomendações", forma tão saborosa de dar cumprimentos.
Em minha casa penduravam-se as uvas nos barrotes do tecto da cozinha e punham-se as maçãs sobre jornais, no chão da casa dos arrumos, que ficava a rescender durante semanas... Os doces vinham para a mesa e comiam-se enquanto falávamos de quem os tinha mandado...
Fernando Jorge visita-me de vez em quando. Ou melhor: como noutros tempos, manda-me "recomendações" e "um cestinho cheio de prendas": os poemas belíssimos que ele continua a talhar no papel.
Como este que partilho com os meus amigos que aqui me visitam:
SEIXOS
A noite, o vento ( ou mesmo um verso)
transportam a escrita clara
do mundo
e numa simples frase
apetece ser puro como um seixo
rasgar os dias
com os dedos em chama
(Fernando Jorge Fabião)
1 comentário:
Na minha casa tudo era comprado no mercado mas, quando tinha a sorte de ir de férias á aldeia do meu pai ficava deliciada com as cestinhas bem recheadas que apareciam...
Bjs
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