18.8.14

OLHAR E LER



Camile Pissarro - The Hermitage at Pontoise, 1867 

ROSAS E CANTIGAS

Eu hei-de despedir-me desta lida,
Rosas? - Árvores! hei-de abrir-vos covas
E deixar-vos ainda quando novas?
Eu posso lá morrer, terra florida!

A palavra de adeus é a mais sentida
Deste meu coração cheio de trovas...
Só bens me dê o céu! eu tenho provas
Que não há bem que pague o desta vida.

E os cravos, manjerico, e limonete,
Oh! que perfume dão às raparigas!
Que lindos são nos seios do corpete!

Como és, nuvem dos céus, água do mar,
Flores que eu trato, rosas e cantigas,
Cá, do outro mundo, me fareis voltar.

Afonso Duarte (1884-1958)
Obra poética, Imprensa Nacional-Casa da Moeda
Lisboa, 2008






3.8.14

CAMILADAS


«Neste mundo há só duas cousas que me afligem: são os maus charutos e madrugadas antes da uma hora da tarde. No mais entendo que este globo é o melhor de todos para quem não tiver calos e reumatismo.»
(In A Filha do Arcediago)