31.7.10

IMAGENS DO MEU OLHAR






CASTELO DE TORRES VEDRAS A DUAS VOZES



CASTELO
Cá do cimo vê-se o mundo
sem começo nem fim,
só memória de memórias, gente

descendo a calçada de saída para o sul
por um palmo de terra, um sopro mais.
Daqui um homem sonha com o que há

para sonhar, uma ave que partiu, uma voz
esquecida, o chão cansado que respira.
É aqui que a mãe diz ao filho já crescido

a pátria é este largo cimeiro, onde a boca
arde e volteja. E no mesmo tom acalenta
na minha pele passa a saudade

quando por becos e vielas sinto
tudo branco e leve, uma janela aberta
para os sentidos. Ao largar a alma

junto ao portão manuelino fico
tal como sou, uma toalha dobrada,
às vezes estendida em sítio nenhum.

O castelo é feito de vozes, restos de muralha,
um torreão, ficções,
pedra antiga que jamais se ouve,

uma bandeira que nos diz foi aqui
o nunca visto, um pulmão no ar, porque é no ar
que tudo acontece e oscila e parece.

(Luís Filipe Rodrigues)

CASTELO

De quantas pedras é feito
este arrostar de séculos
onde os guerreiros
de passadas lutas

nada mais resta que este resto
fincado no chão

ruína silêncio vento

castelo desarmado
pelo tempo.

(Méon)

30.7.10

Conversa da treta

Adeus António Feio! Obrigado por tantos momentos lindos!...

ACABARAM-SE AS CONVERSAS DA TRETA...

Quer dizer: acabaram as conversas deles, continuam as outras, que nos desesperam...

Morreu António Feio.


António Feio e José Pedro Gomes criaram uma dupla inesquecível.
O disparate pegado, em tom de conversa corrente, era brisa fresca no ar saturado do quotidiano.


 
Adeus, ó maluco! Vamos ter saudades tuas!
Tu eras bem necessário, para contraponto às caretas institucionais do homem de Buliqueime e às tretas do engenheiro.

26.7.10

ESTÓRIAS DA HISTÓRIA

Carlos Relvas, a mulher Margarida Relvas e os filhos: José, Francisco e Clementina.
(Carlos Relvas, 1866-1867 - Prova actual tirada a sépia a partir de negativo em colódio. Fotos à venda na Casa-Estúdio Carlos Relvas)



Clementina Relvas
(Carlos Relvas, 1872-1874 - Prova actual tirada a sépia a partir de negativo em colódio. Fotos à venda na Casa-Estúdio Carlos Relvas)


Carlos Relvas (na Golegã) e José Relvas ( em Alpiarça), pai e filho, têm uma história familiar que daria um extraordinário filme se Hollyood soubesse deles. Não deu filme mas deu romance: Alves Redol ter-se-á inspirado numa lenda ligada à vida de Carlos Relvas para o enredo amoroso desse belíssimo e esquecido "Barranco de Cegos".

Há dias revi a casa-ateliê de fotografia de C. Relvas, na Golegã e recordei parte dessa história. Edifício lindíssimo de conteúdo relevante para a história da fotografia mundial. O lado escandaloso, porém, nunca é referido, o que está certo para a memória dos mortos que já não podem justificar-se mas deixa a salivar o instinto mórbido do visitante.

Carlos Relvas e os filhos existiram, sim, e um deles, José Relvas, foi o célebre republicano que viveu na Casa dos Patudos de Alpiarça, que fez parte do Directório que preparou a implantação da República, e que a proclamou à varanda do Município de Lisboa, em 5 de Outubro de 1910.


Na colecção de milhares de negativos existentes na Casa-Museu da Fotografia da Golegã há muitas fotos da familia Relvas como as que acima se reproduzem.

25.7.10

Cursos para todos ("Gandas Oportunidades")

Aqui fica este apontamento de reportagem para as férias, contributo singelo para a melhoria da nossa condição cultural.

Que me perdoem os amigos que trabalham na CNO das nossas escolas. É preciso estar fora para enxergar a vacuidade de tudo aquilo.

É a rir que a gente se entende...

24.7.10

O MALUCO DE CARQUEJA E OS OUTROS...





Parece que o homem é mesmo maluco, essa é a convicção de quem convive com ele há muitos anos.
Falo do tal Leitão, da aldeia de Carqueja, situada entre a Lourinhã e Peniche, preso por suspeita de ter assassinado três jovens.
 A polícia fará o seu trabalho, os tribunais também, aí não me meto.

O que me intriga é uma coisa: aquele indivíduo andava há anos a construir um amontoado de casinhotos, um "castelo", barracões, telheiros, armazéns de sucata. Tudo bem à vista. Como foi possível? Então não há fiscais da Câmara Municipal? Não há leis de construção?

Eu, se quiser fazer uma obra na minha casa, tenho de tratar de projectos, pedir licenças, esperar vistorias, processos burocráticos demorados e dispendiosos. Este indivíduo faz o que lhe apetece, aquilo é uma porcaria inominável, e ninguém lhe vai à mão? Aqueles vizinhos são todos atrasados mentais como ele? A autarquia anda a dormir?

Há coisas neste país que nos deixam cada vez mais descrentes.
Tenho um amigo que diz: "Nós, como povo, não prestamos!"
Eu vou dizendo que não mas cada vez estou mais céptico...

23.7.10

PARECE QUE ANDO ADORMECIDO...

Politicamente adormecido?
Não. Estou bem acordado.
E vejo com crescrente preocupação o modo como se está a generalizar a ideia de que "eles são todos iguais", isto não tem solução, etc. Porta aberta para as soluções estúpidas: alguém que pense e resolva por nós!

O que mais temo é a continuada incapacidade para se gerar uma FRENTE DE ESQUERDA na Europa contra a ditadura dos financeiros. Porque as questões económicas essenciais são transnacionais. As contradições do sistema ultrapassam as políticas nacionais. Vemos isso todos os dias. Mas, simultaneamente, vemos os nossos responsáveis políticos a discutirem entre si como se as coisas se resolvessem só dentro das nossas fronteiras.

O capital não tem pátria, há muito tempo que é assim. E o drama de quem é de esquerda é ver que esse monstro mundial é combatido com o voluntarismo de quem acha que o problema se resolvia com "outra política" dentro de cada país. É ir à caça de elefantes com uma fisga.

É preciso denunciar, claro. Mas, por mim, desconfio muito do alcance do que possa fazer.

Partilho a generosidade de quem não cala, mesmo sabendo que o grito se perde muitas vezes no vazio...

Peço licença ao Samuel para pôr aqui duas coisas muito eloquentes que vi no seu CANTIGUEIRO:








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Dois bonecos demolidores, que dizem mais do que muitos discursos.

22.7.10

UMA REVISTA A NÃO PERDER


Saiu o Nº 3 desta revista.
Não poupo na adjectivação: fabulosa, maravilhosa revista!
96 páginas de fotografias e textos que nos guiam pelos Caminhos de Santiago, em três formas de abordagem que nos elucidam, incitam e confortam, tal a estrutura interna do seu conteúdo: CAMINHAR, CONHECER, CONVIVER.
No site desta publicação quadrianual elucida-se o potencial leitor:


«A ITINERANTE, primeira revista nacional de pedestrianismo, vem ao encontro de um público cada vez mais numeroso - os caminheiros.
A revista faz a ligação entre os trilhos pedestres que propõe e a história/cultura das regiões por onde passam, bem como a gastronomia/hotelaria locais, ou seja, ao CAMINHAR junta o CONHECER e o CONVIVER.»

Por mim, fiz-me assinante desde o primeiro número e delicio-me a viajar por ela. Se poucas vezes caminho a pé, muitas mais o faço pela leitura e pela amesendação nos belos restaurantes que aqui, e sempre a propósito, se recomendam.
O tema deste número é o caminho de Santiago, aproveitando o "ano jacobeu" da peregrinação que é quando o 25 de Julho - dia de Santiago - calha ao Domingo. O belíssimo trabalho de investigação histórica, geográfica e etno-turística sobre os caminhos de Santiago mais nos incita a carregar nos adjectivos que são devidos a esta publicação. Que vale bem os 6,50 € do preço de capa.

DESCOBRIR NOVOS POETAS

Frequento o blogue BIBLIOTECÁRIO DE BABEL, do jornalista João Mário Silva. Tem sempre novidades literárias. Ontem encontrei lá este poema. Nada de filosoficamente profundo nem literariamente inovador. Mas "agarrou-me". Pela atenção ao quotidiano, a ironia subtil, o desencanto sábio de quem aceita que a realidade desmente quase sempre os sonhos.

Tirem as vossas conclusões:


PRINCESAS DIANAS E ANTI-HERÓIS

Imaginámos santos, infantes e condestáveis
Capitães de Maio e de Abril
Meninos da lágrima e virgens de gesso
Ditadores de botas e pastorinhos de arremesso
Rainhas santas e ínclitas gerações
E o que temos são grades de minis e travessas de caracóis

Desejámos um país que não se resumisse
a travessias diárias do oceano
Bolas de berlim e guarda-sóis
Relíquias do Rio Jordão ou alegria do garrafão
e o urbanista apenas a distribuir centros comerciais
Portanto desejámos talvez demais

Recortámos o horizonte de um país de poetas
Rainhas depois de mortas e grutas para o Camões
Saudosismos de grandeza e hinos contra
os britões, sonhando com saldos e promoções
A invenção de fátimas, fados e futebóis
E temos o subsídio para uma alcatifa de girassóis

O corvo vai debicando os miolos de São Vicente,
aspirando a migrações
Crocitando os segredos da carbonária,
o corvo é o anti-herói,
farto de medalhinhas e superstições

E de vez em quando desaparecia pólvora dos armazéns
Querias um amor imune ao logro, à missão animal do isco
A perfuração dos anzóis
Mas a verdade é que vives num maravilhoso reino
de Princesas Dianas e anti-heróis
e o que me vale é que elas gostam de ir com eles para a cama
Princesas Dianas e anti-heróis

[LUÍS PEDROSO in Princesas Dianas e Anti-heróis, edição do autor, 2009]

19.7.10

PALAVRAS QUE QUEIMAM



" Ó ardor banal da mocidade! como cantava ou chorava Antero. Banal e repentino! Mas o tempo só vale como qualidade. O existir é tudo, ou seja durante um grito ou um sorriso... Um grito parece eterno; e um sorriso é capaz de queimar um século. Sim, o existir é tudo; e, por isso, existimos para nada. Somos o nosso princípio e termo, o alfa e o ómega de nós próprios, um mérito absoluto ou inútil. Inutilidade significa Divindade." (Teixeira de Pascoaes, O Penitente(Camilo Castelo Branco), Assírio & Alvim, Lisboa, 2002)

Foto © Méon

18.7.10

IMAGENS DO MEU OLHAR - Passeando pelo Oeste

Hoje andámos pelas colinas da freguesia da Ponte do Rol, cerca de 10 Km de marcha, visitando três Fortes das Linhas de Torres Vedras: Grilo, Bonabal e Alquiteira.

Um cavalo solitário correu a receber festinhas de toda a gente.



O Sizandro perto do Forte do Grilo, Ponte do Rol



Rosas na vinha...



Andar na auto-estrada cansa muito mais...

 
Ainda há rebanhos por aqui!


No Linhas ficarão mais pormenores. Aqui deixo apenas algumas imagens de espaços diferentes, onde só andam bicicletas ou marchantes.
Mais um belo passeio organizado pela Associação de Marchas e Passeios do Concelho de Torres Vedras.

15.7.10

CRUZAMENTO DE COMBÓIOS ... (Ligar o som)



Gosto de ir até à estação da CP, às 11.45 h, quando se faz este cruzamento de combóios.
Hoje descobri este pequeno filme que alguém fez, com muita sensibilidade. É importante ligar o som.

De repente o tempo recua. Recordações de quando muitos viajavam de combóio...
Agora são tristes estas chegadas e partidas. Pouca gente, estação deserta.
Um dia destes o Governo anuncia que vai fechar a Linha do Oeste e todos vamos ficar muito revoltados.
Sim, eu sei: nunca se investiu a sério na modernização da Linha. Mas esse é o problema geral da ferrovia em Portugal... E todos somos culpados disso.

13.7.10

UM LIVRO DE HISTÓRIA(s)





Peguei no livro numa Feira, vi o bigodes da capa e pensei que "Glória" seria uma mulher que ele tivesse amado ou assim. Depois li na contra-capa:

«Vieira de Castro não queria perder a vida num remoto canto da província. Queria conquistar Lisboa e o país. E, sobretudo, que o amassem e o admirassem. Queria glória». É a partir da biografia deste homem, José Cardoso Vieira de Castro, que, na segunda metade do século XIX foi «um dirigente académico com alguma importância; um jornalista menor; um escritor sem talento; um político sem poder; um criminoso e um degredado» - que Vasco Pulido Valente constrói uma obra que ele próprio classifica como um livro de história: «Não é um livro de história a fingir de romance, nem um romance do­cumental.», mas história em que as pessoas não se iludem. Glória é um livro sobre a ambição, a paixão, o poder, o dinheiro e o crime

Pegar numa figura do século XIX e fazer dela o centro de um livro de 478 páginas é um projecto arriscado, sobretudo quando se trata de um tal Vieira de Castro.
- Quem? Vieira de Castro??? Quem é esse?....
Vou já a isso. Um dos livros do nosso século XIX de que mais gosto tem por título «Memórias do Cárcere». Não é um romance, é um conjunto de recordações, magnificamente escritas por um homem preso numa enxovia da Relação do Porto e que aproveitou bem o tempo para conhecer e relatar as vidas de outros presos. Homem especial, este: trata-se de Camilo Castelo Branco, que ali conheceu José do Telhado, de quem relata a comovente história, e que teve a suprema distinção de ser visitado pelo Rei D. Pedro V, que lá se deslocou só para o cumprimentar.
Naquelas memórias, Camilo fala de um seu amigo,  Vieira de Castro, e logo aqui começa a especial relevância do homem que Vasco Pulido Valente resolveu estudar e apresentar como tipo característico de uma certa maneira de ser português no século XIX. E de tal maneira o faz que nós acabamos por conhecer a História deste período através dos acontecimentos que marcaram a vida de Vieira de Castro: as lutas político-académicas dos estudantes de Coimbra - em que aparece, por exemplo, Antero de Quantal -, as manigâncias e tramóias da política, a preponderância da imprensa escrita na opinião pública da época - muito mais do que acontece hoje... - as raposices da justiça.
Este século XIX aqui retratado por V.Pulido Valente é um cadinho do Portugal que desgraçadamente ainda somos. É bom que o conheçamos para melhor nos entendermos. Isto me motivou ,mais a necessidade do trabalho preparatório da próxima página LUGAR ONDE.
Acrescente-se o picante de um crime de honra que levou Vieira de Castro ao degredo em Angola e teremos um livro de História que se lê como um romance. Assim o li e muito apreciei.

12.7.10

IMAGENS DO MEU OLHAR - LITORAL OESTE

Passeando pela costa da Ericeira...

Vista do miradouro, a Praia de Ribeira de Ilhas, que faz parte do circuito internacional do Surf.







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Muito perto, a costa da Praia de S. Lourenço




Na neblina do horizonte, o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa.
Na ponta deste trecho de costa, o Forte de Milreus, para defesa da costa. Logo a seguir é a Ericeira.

11.7.10

UMA PEQUENA GRANDE EXPOSIÇÃO

Na Galeria Municipal DOISPAÇOS, de Carla Rebelo, intitulada O Outro Lado.
É constituída por seis peças escultóricas em diálogo com o espaço para o qual foram expressamente construídas. A leitura que delas fez a própria autora ajudou-nos a aprofundar o nosso olhar mas, para quem não esteve na abertura, há um pequeno e discreto catálogo, com textos de Margarida Prieto, que abre caminhos para a nossa melhor compreensão/percepção.

Veja-se o texto seguinte, sobre a peça da foto:

O outro que era eu

«Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso em suma, é a nós mesmos que amamos»
Dois assentos situados à mesma altura estão unidos por uma estrutura que, ao imitar, por repetição, a estrutura de estabilidade das pernas das cadeiras convencionais, sugere, também, um escadote. A peça desenvolve-se em meia-lua, numa semicircunferência cujo ponto de equilíbrio é, em rigor, o que mantém cada um dos assentos, situados nas duas extremidades, nivelados. Trata-se de uma dupla cadeira, metáfora da artista para a «relação perfeita», pois estes assentos enfrentam-se, evocam um par dialogante e frontal e, ao menor toque, toda a estrutura oscila com um balouçar que os faz subir e descer à vez, sempre equidistantes, sempre de frente um para o outro. Esta escultura remete inevitavelmente para o objecto lúdico de infância: o balouço para duas pessoas, que oscila com o peso, será sempre um dispositivo pedagógico e fonte de prazer. Proporciona uma experiência da ordem da física onde o peso, o volume, o equilíbrio e a quantidade interagem na brincadeira
Se a escada é acesso, aqui é o acesso ao outro. A escultura é a da(s) figura(s) ausentes. Instalada com grande sentido cénico, a peça projecta uma sombra, duplicação planificada do objecto. O «mais um» de uma aparente repetição em sombra é, aqui, confirmação de uma nova entidade com características próprias: um «outro» assombrado ou especular que acompanha sempre a peça escultórica, para a completar, unificar e/ou transfigurar. Também o título acrescenta uma dimensão, produtiva de uma sombra «psicológica» sobre o «outro». É a sombra do próprio «eu», de um «eu» que é, também, projecção especular. Desta forma, a artista formula um jogo de abismos a partir da sombra, duplicando-a real e virtualmente, tornando-a metáfora de projecção especular, (re)dimensionando-lhe os contornos numa oscilação que vai do próprio ao «outro». O jogo de sombras, convocado pela artista, flutua entre identidade e alteridade e é este o movimento que lhe concede um sentido inteiro.

10.7.10

IMAGENS DO MEU OLHAR - TORRES VEDRAS

Junto ao Pavilhão B do recinto da Feira. Se olharmos bem lá para o fundo, veremos a Igreja de Santa Maria do Castelo e as ruínas do palácio dos alcaides.
Ora vejam melhor:





Agora andemos cem metros para o lado nascente. A perspectiva do morro do castelo é bem diferente:





As fotos são do mesmo dia, no início de Julho.
Um dos encantos desta terra está na possibilidade de vermos horizontes muito diferentes a partir de pequenas deslocações. Variantes infinitas do nosso olhar...

8.7.10

Júlio Pereira com Maria João @ Graffiti

Logo pela manhã: Maria João no novo disco de Júlio Pereira, Grafitti.

Gostei do envolvimento visual e da simplicidade (aparente) da canção.

7.7.10

HOJE TAMBÉM FUI AO FUTEBOL


Conheci uma pessoa que me perguntou um dia:
-Como é que tu, sendo pessoa inteligente, gostas de futebol?

Ainda hoje tenho raiva por não ter encontrado, na altura, uma resposta inteligente para uma pergunta tão estúpida. Fiquei estupidamente calado. E mais: senti uma certa culpa por gostar de futebol.

Lembrei-me desta história quando assistia ao jogo de hoje, entre a selecção da Espanha e a da Alemanha. Jogo intenso, organizado, em que cada equipa soube jogar como um todo (excepção para o Pedro espanhol, que se esqueceu...), o jeito ao serviço da inteligência colectiva. Um espectáculo que regala os olhos.

Lembrei-me também dos jogadorzecos de uma certa selecção, lestos na sarrafada e em levantar os braços ao ar perante as decisões dos árbitros. Lembrei-me sobretudo de um que afasta as pernas antes de marcar livres directos, em pose de artista e matador e que depois atira invariavelmente para a bancada superior, e que nunca foi capaz de fazer no campo as arrancadas que parece que faz quando atraca uma miúda no átrio do hotel...

Fui ao futebol e não me senti estupidamente culpado.

6.7.10

UM DIA ESPECIAL

Aldeia palafita do Patacão - Alpiarça

                       

Dia de revisitar Alpiarça e Golegã, lugares onde Carlos e José Relvas sonharam e realizaram.
 Parar para olhar e ver o Patacão e partilhar a paixão de um homem que tem um sonho e luta por realizá-lo.
Dia especial também porque se re-descobriram pessoas e se estreitaram laços de Amizade. Obrigado, Amigos!

4.7.10

"TERRA DOS HOMENS"




















Pego neste esquecido e arrumado livro que há muito repousa na parte de trás da última prateleira da estante. Redescrubo páginas luminosas que sublinhei.

"Só somos felizes quando tomamos consciência do nosso papel, mesmo o mais apagado. Só então podemos viver e morrer em paz: porque é o que dá sentido à vida que dá sentido à morte."
(Antoine de Saint-Exupéry, Terra dos Homens, editorial Aster, Lx, s/d)

Vejo agora: quem fez a capa? O José Pedro Sobreiro, autor principal da maqueta que está na Feira...
A long... long time ago....

2.7.10

DE SERVIÇO À FEIRA DE S. PEDRO...


O olhar dos meninos que visitam o nosso espaço na Feira é o melhor prémio para muitas horas de dedicação à causa do património monumental de Torres Vedras.
Aqui, eles observam a maqueta do reduto nº 20 do Forte de S. Vicente, um dos principais das Linhas de Torres Vedras.
A Feira termina no próximo dia 4.