30.6.13

FUGIR PARA ONDE?





Ah! Houvesse uma nova Pasárgada que nos acolhesse, nestes tempos de canalhice institucionalizada!
Estamos reféns de carreiristas que vêem na actividade política uma forma de fugir ao desemprego, e que temem os voluntários que trabalham desinteressadamente nas Associações sem fins lucrativos. Têm pavor de perder protagonismo e adoram palmas e salamaleques. Odeiam a crítica, por mais construtiva, que confundem com ataque pessoal.

Desabafei!




25.6.13

TEMPO DE GRANDES MENTIRAS







Este texto, longo, é uma resposta aos trafulhas que andam por aí a dizer que os pensionistas e reformados são um peso insuportável para o país.
Vivemos tempos de grandes mentiras, propaladas para encobrir grandes golpadas.


Excelente texto do Prof J. Manuel Catarino Soares
«Avós, Pais e Netos» 
Carta aberta a Henrique Raposo

Senhor (talvez) futuro avô

Já é a segunda vez que, nas suas crónicas, o senhor trata — quanto a mim destrata, mas já lá iremos — o assunto dos aposentados e dos reformados (presumo que quando, fala destes, está também a pensar naqueles, entre os quais me incluo). E, como não há duas sem três, presumo também que, um dia destes, voltará ao assunto. E isso faz-me ranger os dentes. Explico-me.
O senhor tem um leitorado cativo, de milhares de pessoas (cem mil ?), tantas quantas comprarão o «Expresso», e é pago para exprimir as suas opiniões. É, em suma, um sortudo. Não posso, por isso, competir consigo nesse terreno, mesmo que esta minha carta aberta venha a ser publicada no blogue da Associação APRe! Digo, mais concretamente, não tenho os meios necessários para fazer conhecer aos leitores do «Expresso» a minha opinião sobre as ideias que o senhor expendeu em duas das suas crónicas. Mas posso fazer uma coisa: garantir-lhe que, por mim, escusa de voltar ao assunto para repetir o que já disse por duas vezes. Aquilo a que aludiu na sua crónica «Contrato entre avós, pais e netos» (Expresso. 18.05.13) e numa outra anterior versando o mesmo assunto, que não guardei e cujo título já esqueci, não tem qualquer sustentação factual. Vou explicar-lhe, pro bono, as razões e espero que me leia até ao fim, como eu o leio a si todas as semanas. 
1. «Nós temos de criar filhos, pagar a sua pensão [isto é, a minha. JMCS] e poupar à parte para a nossa reforma». 
Contesto a parte sublinhada, por mim, desta sua afirmação. Fique a saber o seguinte:

24.6.13

PRINCIPAIS NOTÍCIAS DE HOJE . . .


... em dois jornais de referência.
O CM é o mais lido, vejam-se os "Cafés" ou Pastelarias de bairro.
Há mais gente licenciada, o analfabetismo baixou drasticamente. O que não significa "mais cultura". Somos um país mais culto do que éramos há 30 anos?
Cultura significa capacidade para ler e tentar entender a totalidade do mundo e não apenas uma parcela.
O CM diz que vai ao encontro do que o público prefere. Então está bem...

21.6.13

VOU ALI DORMIR UM BOCADINHO E JÁ VENHO...






Já nem me lembrava. Faz hoje 4 anos que deixe aqui este post:

http://aorodardotempo.blogspot.pt/2009/06/dormir-sesta.html

Continuo fiel à boa prática de uma sesta no meu "orelhinhas", pernas esticadas e tapa-olhos como no cinema dos anos trinta.

Até mais logo...




20.6.13

NO SILÊNCIO DO LABORATÓRIO





Longe do ruído exterior, concentrado na busca do que nunca viu mas pressente, o jovem cientista perscruta os dados incansavelmente. Tem de ser obstinado, rigoroso, paciente. Algo lhe diz que vale a pena continuar mesmo quando lhe parece que chegou a um beco. Pode haver uma brecha, um ponto obscuro onde se esconde a saída. 
E o jovem cientista recorda-se de quando era espeleólogo e mergulhava numa gruta desconhecida. Avançava a medo, progredia em pequenos lances, parava para respirar e apoiar os pés, sentia-se dependente de uma corda e de um mosquetão mas confiava. 
E sabia que nunca estava só: era a equipa, os companheiros de aventura, os outros que muitos anos antes já ali tinham estado e haviam deixado trilhos abertos. No desânimo ouvia os incitamentos. "Vai! Tu consegues!"

O jovem cientista sabe que é longo o tempo entre a formação, o projecto, a execução e os resultados. Tem dados para organizar, indícios para reflectir, informações para comparar,   evidências para concluir.
E tem de escrever, escrever, escrever. Porque sabe que na escrita encontra o seu próprio caminho para entender. 
Repete para si: " Sabes que entendeste quando consegues explicar por escrito e de modo a que outros entendam. "
É um trabalho monótono, árduo, uma luta corpo a corpo. Por vezes está perto da exaustão.
"Que faço aqui? Porque é que faço isto? Vale a pena?"

E um dia, depois de muitos dias, ele chega ao fim daquele percurso. Algo ficou concluído.
Há uma luz intensa que transforma o seu quotidiano. E lembra-se de como era bom ver o sol depois de muitas horas no negrume de um algar em Montejunto.

Olhos que se fixam nele e mãos que acenam louvores. O jovem cientista responde com alegria. Mas sabe que amanhã voltará ao silêncio do seu laboratório, 
à nova gruta que espera a sua coragem. 

*

Ao João Duarte e companheiros de trabalho que dignificam a Ciência e enriquecem o nosso conhecimento do mundo: http://idl.ul.pt/node/409

19.6.13

MOMENTOS DE PARTILHA: barcos e bolos

Dóri, pequeno barco de pesca à linha




Ontem: visita ao Museu Marítimo de Ílhavo, dedicado à memória dos bacalhoeiros, esses heróis anónimos que na primeira parte do séc. XX pescaram o "fiel amigo" nas águas inóspitas da Terra Nova e da Gronelândia.






Hoje








Na Fábrica das Histórias: novas exposições com algumas Histórias de Vida.









E uma decepção:



Ou melhor: uma história bem contada que enganou um guloso. Estas iguarias são de esferovite e cartão!
Oh!!!!!



15.6.13

ALGURES NO ALTO MINHO

        Foto(C)J Moedas Duarte


Tudo ganhou sentido num momento...
Água mansa com choupos reflectidos,
teu olhar descansava no do Poeta;
e a poesia das coisas sem Poesia,
que no olhar do poeta dormitava,
de súbito nas coisas acordava
- tão natural, tão íntima, tão própria,
como se fora delas que nascera...

Sebastião da Gama
CABO DA BOA ESPERANÇA,
2ª edição, Edições Ática, Lisboa, 1968


14.6.13

GREVE DOS PROFESSORES



Raramente transcrevo nesta página inicial a totalidade de um texto alheio. Faço-o hoje por dois motivos:

1 - Considero que a hora que se vive em Portugal é de extrema gravidade. Por isso, todos os cidadãos devem mobilizar-se para resistir ao governo desastroso e incompetente que está a levar Portugal à ruína.

2 - Apesar de aposentado, continuo a ser professor. Estou inteiramente solidário com a luta dos meus colegas no activo, ciente de que essa luta é uma parcela da grande luta nacional em que todos nos devemos empenhar: aposentados, desempregados, trabalhadores precários e mal pagos.

Subscrevo inteiramente este artigo de Maria do Rosário Gama e repudio a argumentação falaciosa dos que estão sempre dispostos a contemporizar, alheios ao navio que se afunda, como se eles próprios não fossem arrastados para o abismo.

UMA CAMPANHA IGNÓBIL

por Maria do Rosário Gama
In Público de 13 de Junho de 2013

Considero ignóbil a convocação de uma greve de professores para o primeiro dia de exames nacionais. É como se os médicos decidissem fazer greves às urgências hospitalares. Incompreensível, indigno, inaceitável.”
Francisco Assis, Público (23.05.2013)

“É triste. E é sempre assim quando uma greve é convocada. Muito poucos são os que conhecem os motivos da greve e se dão ao trabalho de considerar se esses motivos são ou não justificáveis. Tudo quanto lhes parece interessar é o transtorno que causam. E se se pergunta qual poderia ser uma alternativa a esta forma de luta, percebe-se que apenas admitiriam uma que não causasse transtornos a ninguém, ou pelo menos não a si próprios. De facto, o que esta atitude revela é um mecanismo atávico, herdado dos tempos da ditadura, de rejeição do direito à greve.

9.6.13

A PRINCÍPIO NÃO TE VI




Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

Pablo Neruda

Foto (C)J Moedas Duarte

8.6.13

O "SOBE E DESCE"


 Nos anos 50 este era o carro do meu tio Hermano.
O meu tio era um homem bem constituído, de mãos poderosas, que eu gostava de ver à mesa pelo modo como apreciava a comida. Tinha gosto em comer bem. Uma cabeça de garoupa ou uma perna de cabrito eram tratados com a delicadeza de um jardineiro de plantas frágeis e o método implacável de um predador. Não admira que a minha frugalidade de miúdo enjoado se sentisse intimidada com o seu poder degustativo.
Outra característica dele era o sorriso, de uma enorme doçura, que contrastava com a severidade do olhar quando estava sério. O riso fazia-lhe uma covinha na face e eu ficava a pensar que estranho homem era aquele que devastava meia travessa à mesa e se ria como um menino.
Tio Hermano era mecânico de automóveis e tinha uma oficina de reparações às Laranjeiras, perto de Sete Rios. Reparava automóveis de gente importante que tinha confiança na habilidade e na honestidade dele.
O que era um mistério para mim é que meu tio tinha este velho carro que já nos anos 50 era bem velho, ou melhor, "antigo". Chamava-lhe "Sobe e Desce" pelos balanços que oferecia aos viajantes, como cheguei a confirmar nas vezes em que andei nele. Mistério para o rapazinho que eu era porque ele mexia nos últimos modelos de Chevrolet, de Dodge ou de Simca mas conduzia aquele calhambeque como  o único carro do mundo em que valia a pena viajar. Quando passava toda a gente olhava e alguns riam-se. "Pois sim, mas vocês vão a pé..." - dizia ele a rir, enquanto manobrava o volante que tinha uma folga tão grande que eu admirava-me como é que ele conseguia mantê-lo a direito na estrada.
Querido tio Hermano! Tenho saudades de te ver almoçar demoradamente ao Domingo quando trazias a família até Alpiarça. E sorrio ainda ao recordar o teu riso de menino.

Na foto: a minha prima Bia e o nosso segundo primo Carlos Peralta

7.6.13

BOA NOTÍCIA

Uma das páginas dos D República referidas no Comunicado


Sim, boa notícia para quem ama o nosso Património edificado.
Transcrevo o COMUNICADO da Associação do Património de Torres Vedras:


           ASSOCIAÇÃO para a DEFESA e DIVULGAÇÃO do PATRIMÓNIO CULTURAL TORRES VEDRAS

COMUNICADO

QUATRO MONUMENTOS DE TORRES VEDRAS CLASSIFICADOS
COMO DE INTERESSE PÚBLICO

Aguardava-se há muito a classificação de alguns exemplares do património edificado do concelho de Torres Vedras. Os processos haviam sido abertos há alguns anos e já receávamos que não viessem a ser concluídos. Confirmámos agora a conclusão de quatro desses processos. A saber:

1 -
 Igreja matriz da Freiria, da invocação de S. Lucas, Torres Vedras.
      Classificado como MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICO pela Portaria nº 147/2013, 
      no Dº República, 2ª série, nº 53, de 15 de Março de 2013.

2 - 
Ermida e Sítio do Senhor Jesus do Calvário em Matacães, Torres Vedras
      Classificada como SÍTIO DE INTERESSE PÚBLICO pela Portaria nº 232/2013, no Dº 
      República, 2ª Série, nº 72, de 12 de Abril de 2013. Ver também:
       
http://www.igespar.pt/media/uploads/consultaspublicas/ERCalvario2.pdf

3 - 
Igreja de Santiago de Torres Vedras.
      Classificada como MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICO pela Portaria nº 290/2013, 
      no Dº República, 2ª Série, nº 92, de 14 de Maio de 2013. Ver também:
      
http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70832/
     
4 - 
Estância Termal de Vale dos Cucos.
      Classificada como MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICO pela Portaria nº 318/2013,  
      no Dº República, 2ª Série, nº 106, de 3 de Junho de 2013. Ver também:
      
http://dre.pt/pdf2sdip/2013/06/106000000/1770217702.pdf
     

 Recordamos que o património edificado tem três graus de classificação, por ordem decrescente de importância relativa: Monumento Nacional, Monumento de Interesse Público e Monumento de Interesse Municipal.
Para ver mais pormenores sobre o assunto:
 
http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/classificacaodebensimoveisefixacaodezep/

Aguarda-se a classificação das 1ª e 2ª Linhas de Defesa de Lisboa ( Linhas de Torres Vedras), cujo anúncio de abertura de procedimento foi publicado no Dº República, 2ª  série, em 2 de Janeiro de 2013.
Para aceder aos links, entrar na página da Associação do Património de Torres Vedras (ADDPCTV):

A DIRECÇÃO DA ADDPCTV




5.6.13

RAQUEL VARELA: uma voz que nos resgata da ignorância



Admiro o trabalho desta cientista.
É alguém que estuda os números e denuncia o absurdo social em que vivemos.
Não usa chavões gastos e sem conteúdo e espeta nas ventas dos ministros as mentiras que eles usam despudoradamente para enganar os portugueses mal informados.
Vale a pena ouvir e conhecer a obra desta senhora.


3.6.13

DO MESMO AO MESMO ATRAVÉS DO DIVERSO





Se não nos esquecermos de que o PS assinou o Memorando e que agora se limita a falar grosso sem pôr em causa o essencial, a sondagem do I é bem elucidativa.

Que dizer?

Os burros são animais nobres, trabalhadores, esforçados e aprendem a defender-se com manhas apropriadas. O pior é quando lhes tapam os olhos e os põem a tirar água à nora: ficam a andar sem parar à volta do poço, pensando que vão a caminho de algum lugar.