29.3.10

IMAGENS DO MEU OLHAR


CAPELA DE Nª SRª DA PIEDADE

Na estrada Torres Vedras - Ericeira, passada a aldeia da Coutada e antes de chegar à bifurcação de S. Pedro da Cadeira, à nossa esquerda, na zona do Casal de Valverde, encontramos esta capela.
Muito singela, conserva os traços da fundação quinhentista. Pertencendo a particulares, não encontrámos ninguém que facultasse a entrada para podermos observar a abóbada de cruzaria. Ficará para próxima visita.



28.3.10

ANIVERSÁRIO

Foto de 1855. Fotografia trabalhada com pastel. Museu do Chiado. Arquivo Nacional de Fotografia.
in: O Lagar e o "Azeite herculano", Jorge Custódio, ed. Câmara Municipal de Santarém, s/d


Faz hoje 200 anos.

"Alexandre Herculano de Carvalho Araújo, conhecido entre os contemporâneos pela designação de «homem de bronze, retrato do último português velho» devido à integridade de carácter e coerência de atitudes que sempre o caracterizaram, nasceu em Lisboa em 28 deMarço de 1810."

Assim começa o texto de Maria Ema Tarracha Ferreira na introdução à antologia das Lendas e Narrativas, publicada em edição de bolso pela Ulisseia na cuidada e muito acessível colecção Autores Portugueses.
Um autor a rever com prazer e proveito, que marcou como poucos o séc. XIX português.
E depois, para quem queira saber mais, há o belíssimo estudo de Vitorino Nemésio A Mocidade de Herculano, (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa, 2003).
Herculano será nossa companhia ao longo deste ano.

26.3.10

Beethoven - Immortal Beloved, Excerpt

26 de Março de 1827: Ludwig van Beethoven morre com 56 anos.
Segundo os seus biógrafos, Beethoven ficou solteiro toda a vida. Mas amou. Depois da sua morte foram encontradas, fechadas à chave numa gaveta, três cartas endereçadas à sua "imortal Amada". Não tinham data e nunca foram enviadas. E não se sabe quem foi essa mulher que Beethoven amou.

Esta é uma cena do filme "Immortal Beloved", de 1994.

Alguns dos versos cantados no Hino da Alegria, do poeta alemão Schiller:


«Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até à morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!»






23.3.10

A QUESTÃO DO GARRAFÃO



O meu amigo Venerando de Matos tem procurado esclarecer esta questão: "é ou não uma boa decisão do Presidente da Câmara a compra de um objecto artístico para colocar numa praceta de Torres Vedras? - um garrafão em ferro forjado da artista Joana Vasconcelos?". Veja-se AQUI e AQUI o seu valioso contributo para esta discussão.

 Como cidadão torriense esta questão não me pode passar ao lado, por isso tenho pensado no assunto.
Sou sensível aos argumentos que defendem a bondade desta compra, até porque desde que me conheço sempre me movi na área cultural de que as Artes  são parte importante.
Mas... sou ainda mais sensível a considerações de ordem prática que alguns chamam de "economicismo".
Nasci numa família onde se contavam os tostões quando era preciso comprar algum bem necessário. Sempre tive as botas mais baratas, as calças mais baratinhas, os casacos de um familiar mais velho, a roupa em geral durava até ao fio. Restaurantes, só entrei num quando já era adulto. Comia-se o básico, queijo flamengo era luxo de Natal e Páscoa. Estudei porque era bom estudante e mereci uma bolsa. Quando a perdi por não ser capaz de manter a elevada média exigida, fui trabalhar para acabar o curso. Só havia dinheiro para o essencial, o resto era considerado supérfluo.
Não fui caso único, muitos fizeram este percurso de que me orgulho sem vaidade.

Talvez por isso não seja capaz de avaliar esta questão do garrafão fora dos conceitos em que fui criado. Se eu fosse Presidente, seria capaz de fazer esta compra? Acho que não. Porque, quando não há dinheiro para o essencial, é errado gastá-lo em supérfluos, por mais legítimos que pareçam.
E o essencial é, por exemlo, o arranjo daquele feíssimo lugar em que se transformou a preceta do Chafariz dos Canos, assim como o próprio chafariz. Gastar uma pipa de massa num objecto de arte, quando a 100 metros dele, jaz em vil e triste estado um Monumento Nacional único como é o Chafariz dos Canos... desculpem, mas parece-me uma imoralidade.

Claro que me vão dizer que a conservação de um Monumento Nacional não é da competência da Câmara. Sei que assim é. Mas também todos sabemos que há dezenas de Monumentos Ncionais a necessitarem de socorro e que o Estado Central não pode acorrer a todos. Fá-lo-á com aquelas Câmaras que se disponibilizarem para fazer contratos especiais em que contribuam com a sua parte.

Se eu fosse Presidente da Câmara gostaria muito de comprar o garrafão - que acho uma peça muito bonita, digo-o sem ironia. Mas... logo me lembraria da minha mãe que não me comprava um bolo porque só tinha dinheiro para um papo-seco. E isso aconteceu tantas vezes...

21.3.10

POEMA: "AULA DO KAMASUTRA"

Edmund Dulac

André Simões divulga a cultura árabe no seu blogue SOBRE AS RUÍNAS. Um espaço que visitei hoje, DIA MUNDIAL DA POESIA, e onde li este belíssimo poema de um autor da Palestina, Mahmud Darwish (1941-2008).
Partilho-o nas duas versões:


Com um copo com embutidos de lazúli
espera por ela

Sobre o lago em volta da tarde e o perfume de flores
espera por ela

Com a paciência do cavalo pronto para descer a montanha
espera por ela

Com o bom gosto do príncipe magnífico
espera por ela

Com sete almofadas cheias de nuvens leves
espera por ela

Com o fogo do incenso mulher enchendo o lugar
espera por ela

Com o cheiro do sândalo homem em redor do dorso dos cavalos
espera por ela

E não tenhas pressa, e se ela chegar depois da hora
então espera por ela

E se ela chegar antes da hora
então espera por ela

E não assustes os pássaros que estão nas suas tranças
e espera por ela

Para que ela se sente descansada como um jardim no cimo da sua beleza
e espera por ela

Para que respire este ar estranho no seu coração
e espera por ela

Para que levante o vestido das suas coxas, nuvem por nuvem
e espera por ela

E trá-la à varanda para ver uma lua afogada em leite
espera por ela

E oferece-lhe água antes do vinho, e não
olhes para as perdizes gémeas a dormir sobre o seu peito
e espera por ela

E toca-lhe a mão devagarinho quando
pousa o copo sobre o mármore
como se lhe levasses orvalho
e espera por ela

Fala com ela como uma flauta
com a corda assustada de um violino

como se fôsseis os dois testemunhas do que o amanhã vos prepara
e espera por ela

Ilumina-lhe a noite anel por anel
e espera por ela

até que a noite te diga:
não ficaram senão vós dois no mundo

Portanto leva-a com cuidado para a tua morte desejada
e espera por ela



Mahmûd Darwîsh


Tradução: André Simões



سوطرا



بكأس الشراب المرصَّع باللازوردِ

انتظرْها ,

على بركة الماء حول المساء وزَهْر الكُولُونيا انتظرْها ,

بذَوْقِ الأمير الرفيع البديع

انتظرْها ,

بسبعِ وسائدَ مَحْشُوَّةٍ بالسحابِ الخفيفِ

انتظْرها ,

بنار البَخُور النسائِّي ملءَ المكانِ

انتظْرها ,

برائحة الصَّنْدَلِ الَّذكَريَّةِ حول ظُهُور الخيولِ

انتظْرها ,

ولا تتعجَّلْ , فإن أقبلَتْ بعد موعدها

فانتظْرها ,

وإن أقبلتْ قبل موعدها

فانتظْرها ,

ولا تُجفِل الطيرَ فوق جدائلها

وانتظْرها ,

لتجلس مرتاحةً كالحديقة في أَوْجِ زِينَتِها

وأَنتظْرها ,

لكي تتنفَّسَ هذا الهواء الغريبَ على قلبها

وانتظْرها ,

لترفع عن ساقها ثَوْبَها غيمةٌ غيمةٌ

وانتظْرها ,

وخُذْها إلى شرفة لترى قمراً غارقاً في الحليبِ



انتظْرها ,

وقَّدمْ لها الماءَ , قبل النبيذِ , ولا

تتطَّلعْ إلى تَوْأَمْي حَجَلٍ نائميْن على صدرها

وانتظْرها ,

ومُسَّ على مَهَل يَدَها عندما

تَضَعُ الكأسَ فوق الرخام

كأنَّكَ تحملُ عنها الندى

وانتظْرها ,

تحَّدثْ إليها كما يتحدَّثُ نايٌ

إلى وَتَرِ خائفٍ في الكمانِ

كأنكما شاهدانِ على ما يُعِدُّ غَدٌ لكما

وانتظْرها ,

ولَمِّع لها لَيْلَها خاتماً خاتماً

وانتظْرها ,

إلى أَن يقولَ لَكَ الليلُ :

لم يَبْقَ غيرُكُما في الوجودِ

فخُذْها , بِرِفْقٍ , إلى موتكَ المُشتْهَى

وانتظْرها ! ...

Publicada por André . أندراوس البرجي

Etiquetas: Mahmud Darwish - 1941-2008 Palestina

ÍTACA

Foto de Ricardo Ávila (no blogue de ÍTACA)


André Simões, nosso conterrâneo, professor universitário da área dos Estudos Clássicos, e  apaixonado Arabista, é um dos fundadores deste nova revista literária - ÍTACA -  lançada ontem na Livraria TRAMA, em Lisboa.
Pode ler-se no blogue da revista:

«É uma revista (sobretudo) literária fundada no decurso de 2009, por três investigadores do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: André Simões, J. P. Moreira e Tatiana Faia.

A revista compõe-se, de um modo geral, de quatro secções: ensaio, tradução, fotografia e escrita criativa (dividida em poesia e prosa breve).
A sua publicação, a cargo da editora Coisas de Ler, é semestral, com um primeiro número datado para Fevereiro de 2010.»

Uma revista é uma aventura. Pena que dependa tanto de terceiros: se não a comprarem e lerem, se não a divulgarem, morrerá à míngua. O mundo dos que sonharam revistas está cheio de cemitérios à beira da estrada.
André, aqui vai um abraço com ardentes votos de êxito!

20.3.10

ALICE E O ARGANAZ




Hei-de ir ver o filme de Tim Burton, sim. Mas só depois de reler a viagem de Alice, a inverosímil, a incrível, a estrombólica viagem de Lewis Carroll com Alice pela mão!
Há milhentas versões. Tenho uma,  baratinha mas completa, com os desenhos do John Tenniel e tudo! É o nº 162 dos Livros de Bolso Europa-América. Que no nº 181 tem "Alice do Outro Lado do Espelho"! Mas descobri agora que tenho outra, de melhor tradução e mais cuidada edição, da Relógio d'Água Editores, Julho 2009.

"Em frente da casa estava uma mesa posta, e a Lebre de Março e o Chapeleiro lá estavam a tomar chá. No meio deles estava sentado um Arganaz, a dormir profundamente, e os outros apoiavam nele os cotovelos e conversavam por cima da sua cabeça. «Deve ser muito desconfortável para o Arganaz», pensou Alice, «mas, como ele está a dormir, talvez não se importe.»

Onde está Arganaz ponham Zé Povinho e vejam lá se não é uma bela caricatura da vida política neste país maravilhoso!...

(Alguém sabe o que é um arganaz?)

18.3.10

Doris Day - Que Sera Sera

Que fazer quando acordamos com uma melodia na cabeça?
Cantarolar no banho...partilhar com os amigos...

A culpa é da Xandra que ontem meteu a cantiga no nosso paleio!
Bom dia Xandra! Bom dia meus amigos!

15.3.10

RECONHECIMENTO


Tenho andado distraído. Há muitas coisas que acontecem ao meu lado e eu não dou conta. Isto arrepia-me, envergonha-me, deixa-me perplexo. Reconheço, agora mais que nunca, que o mundo é demasiado grande para os meus olhos.
Ontem estive na Ponte do Rol, colaborando numa iniciativa da Casa da Cultura/Salão Paroquial, um concerto intitulado Sons d'inverno, em que se integrou uma evocação histórica sobre a Guerra Peninsular e os 200 anos das Linhas de Torres Vedras.
Vi, então, um grupo de jovens tocar maravilhosamente 4 peças musicais, de João Domingos Bomtempo, Briot e Tchaikvsky. São a BANDA DA JUVENTUDE MUSICALPONTERROLENSE.
Estes jovens ensaiam às 4ªs e 6ªs fªs, das 21 às 23 horas, todas as semanas, sob a direcção de Pedro Carimbo, um profissional da Música, que ensina numa Escola Pública e que gratuitamente ensina estes jovens da sua terra em horas que ele tira ao seu descanso.
Parece um milagre mas esta é uma realidade que nada tem de milagroso, porque resulta de um trabalho de persistência e de dedicação sem limites, e do apoio de uma comunidade que ama a arte e a cultura.

Aqui fica o meu comovido reconhecimento.

Um pouco da sua história que encontrei no sítio Memória Portuguesa. Para os distraídos como eu...



«Existiu em Ponte do Rol, freguesia do concelho de Torres Vedras, entre 1920 e 1940, uma Banda de Musica, a Sociedade Filarmónica Ponterrolense, que se extinguiu. No entanto, ficou sempre no coração da população de então, a saudade da sua banda e a vontade de um dia ela voltar a ser uma realidade.

Deste sonho não se alheou a Junta de Freguesia que em Outubro de 1995 promoveu em Ponte do Rol um encontro de Bandas que tinha por objectivo sensibilizar e despertar os Ponterrolenses para pôr termo a este interregno de mais de 50 anos. O objectivo foi alcançado. No dia 2 de Fevereiro de 1996, com cerca de 80 alunos, começaram as aulas de iniciação musical. Com o decorrer destas, veio este número progressivamente a diminuir estabilizando nos 50, após 18 meses de aprendizagem.
Entretanto a escola de música foi integrada na associação de solidariedade e acção social de Ponte do Rol, em Fevereiro de 1997. Verificou-se assim, ao fim de ano e meio, que existia o factor mais importante e indispensável à formação da futura banda: Os Meios Humanos. Isto permitiu avançar para a nova fase que foi a obtenção de verbas com as quais se compraram 48 instrumentos de sopro que chegaram da Alemanha em meados de Novembro de 1997. Os instrumentos de percussão foram adquiridos mais tarde no nosso País.
A Juventude Musical Ponterrolense é agora uma realidade. Compõem a banda 47 elementos. O Maestro, Dr. Luís Pedro Carimbo Alves Pinheiro, tem sido o grande dinamizador desta obra.»

14.3.10

Jean Ferrat - Lorsque s'en vient le soir

Era um dos "monstros sagrados" da canção francesa. Da estirpe de Leo Ferré, Brel ou Brassens.
Jean Ferrat morreu.

As nossas rádios desconhecem a música francesa. Como desconhecem muitas outras coisas...Incultura gritante!


12.3.10

REQUIEM POR UM PROFESSOR

Tirado da TSF:

«Professor que vivia mau ambiente na escola suicidou-se


Um professor que trabalhava numa escola em Sintra suicidou-se e deixou uma mensagem onde afirmava não suportar mais o mau comportamento dos estudantes.
O caso está, esta manhã, nas primeiras páginas dos jornais I e Público. O professor em causa deixou uma mensagem explicando porque decidiu pôr termo à vida.
As palavras foram encontradas no computador deste professor de uma escola de Fitares, em Sintra.
«Se o meu destino é sofrer, dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim, não tendo outras fontes de rendimentos, a única solução... apaziguadora... será o suicídio.»
A frase foi escrita em Novembro, no início de Fevereiro, o professor de música atirou-se ao Tejo, na ponte 25 de Abril.
O psicólogo que acompanhava o professor admite que este tinha «fragilidades» psicológicas que se terão agravado com a colocação na escola de Sintra e conflitos com um grupo de alunos do 9º ano.
Os jovens chamavam-lhe nomes, como «cão», «careca» e impediam o funcionamento das aulas.
Vários professores testemunharam a humilhação do colega, que de acordo com o jornal I, fez pelo menos 7 queixas escritas à direcção da escola de que não resultou qualquer processo disciplinar.
Uma familiar ouvida pelo jornal Público admite que o professor era uma pessoa “frágil” e “complicada”, mas garante que a escola ignorou os apelos para que se resolvessem os casos de indisciplina. »


Jornal PÚBLICO  de hoje, ainda a propósito do caso do menino da Mirandela:

«O pedopsiquiatra Pedro Monteiro insiste que a sociedade portuguesa deve abster-se de "crucificar seja quem for" e deve adoptar estratégias preventivas face ao aumento da violência nas escolas. "Os jovens não se podem continuar a relacionar nas escolas sem supervisão dos adultos. Muitas vezes são os próprios pais que não ajudam os professores a terem autoridade nas escolas", alerta o pedopsiquiatra. Ao defender que é fundamental um clima de disciplina e de amistosidade nas escolas, Pedro Monteiro salienta: "Os conselhos executivos e as associações de pais não se podem continuar a demitir de contribuir para um clima de mais dignidade entre os alunos". »


A minha opinião:

1 - Todos têm direito e acesso à Escola, o que não acontecia antigamente. O resultado perverso é que a Escola é frequentada por muita gente que só lá está porque é obrigada e isto é um problema muito sério. Se antigamente a frequência e o sucesso escolares garantiam emprego, agora isso já não acontece! Os jovens (e muitos pais) não vêem razão para andarem ali a queimar as pestanas... Resultado: não estudam nem deixam estudar!  

Acresce outro efeito perverso que se está avolumar: criou-se o Programa das Novas Oportunidades para adultos e um jovem com 17 anos pensa: daqui a meia dúzia de anos venho para a Escola e tiro o 9º ano na maior... e depois o 12º! Para que é que me ando a ralar agora?

2 - A Escola tem de encontrar NOVAS FORMAS de se organizar. Não pode partir do princípio de que todos os que a frequentam têm OS MESMOS direitos e deveres. Há escalas, gradações, funções.
Cada um tem um perfil que se deve articular com os restantes. Mas um aluno é um aluno. Um professor é um professor!

3 - Muito depende da sábia articulação dos diversos sectores da escola e isso compete a quem a dirige. Há que criar uma "cultura de escola", com vida própria e formas de interacção que permitam boa convivência, rigor nos comportamentos e exigência no aproveitamento escolar.
A criação de um clima de desconfiança, introduzido pelas actuais formas de avaliação dos professores, está a minar o clima de cooperação que deve prevalecer entre os professores.
O docente que se suicidou não terá encontrado entre os colegas e a Direcção da Escola a ajuda,  a acção concreta, necessários para circunscrever o problema e encontar soluções.
Não podemos voltar ao tempo em que cada professor entrava na sala e tinha de resolver os problemas SOZINHO!

11.3.10

HÁ UM LUGAR E UM TEMPO PARA TUDO, CARAMBA!

Nunca vimos TUDO! Nunca TUDO aconteceu! - falta sempre alguma coisa.

Li AQUI. Como resistir?

Isto já vai tão cinzento que só uma coisa mais, - como dizer?, -  maluca, hilariante, incrível, invelimastidurinal !!!!!

10.3.10

ALPINISMOS E OUTRAS AVARIAS


«O alpinista João Garcia parte às 14h para o Nepal, rumo à conquista do último dos 14 cumes acima dos oito mil metros de altura, o Annapurna.

Antes de embarcar numa etapa que pode consagrá-lo como um dos 10 homens que completaram o "circuito" sem auxílio de oxigénio artificial, João Garcia foi presenteado com a presença e incentivo dos pais e dos amigos na despedida e manifestou muita confiança.» (dos jornais)

Aqui está um homem que leu o famoso "Sei que não vou por aí!". E só vai por onde não anda ninguém...

Coisa que já não posso dizer de outros "alpinistas" que ora fazem TGV's... ora não fazem!  Ora não aumentam impostos... ora aumentam!

O Anapurna vai ser complicado, ó João Garcia. Mas vais conseguir.
Depois é só concederes uma audiência à concorrência e explicar como é que se faz...

8.3.10

DE NOVO MARIA DO ROSÁRIO


Da nova geração da poesia portuguesa, Maria do Rosário Pedreira não se distingue pelas ousadias formais da linguagem ou pelas metáforas surpreendentes de sentidos ambíguos.
Do que gosto é da sua forma de dizer os sentimentos banais, de tal forma que parecem únicos e nunca vividos por ninguém.

Como aqui, por exemplo:

Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão

com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem, irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o lençol da neve com os
sinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,

como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro - assim conquista o vento
o tímpano das grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E, antes de partires, pousa-o

nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se derrete na boca e arde
como a primeira menta da infância.

Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo - um nome sim.

Maria do Rosário Pedreira

7.3.10

UMA GRANDE POETISA: Maria do Rosário Pedreira



Quando eu morrer, não digas a ninguém que foi por ti.


Cobre o meu corpo frio com um desses lençóis

que alagámos de beijos quando eram outras horas

nos relógios do mundo e não havia ainda quem soubesse

de nós; e leva-o depois para junto do mar, onde possa

ser apenas mais um poema - como esses que eu escrevia

assim que a madrugada se encostava aos vidros e eu

tinha medo de me deitar só com a tua sombra. Deixa

que nos meus braços pousem então as aves (que , como eu,

trazem entre as penas a saudade de um verão carregado

de paixões). E planta à minha volta uma fiada de rosas

brancas que chamem pelas abelhas, e um cordão de árvores

que perfurem a noite - porque a morte deve ser clara

como o sal na baínha das ondas, e a cegueira sempre

me assustou ( e eu já ceguei de amor, mas não contes

a ninguém que foi por ti). Quando eu morrer, deixa-me

a ver o mar do alto de um rochedo e não chores, nem

toques com os teus lábios a minha boca fria. E promete-me

que rasgas os meus versos em pedaços tão pequenos

como pequenos foram sempre os meus ódios; e que depois

os lanças na solidão de um arquipélago e partes sem olhar

para trás nenhuma vez: se alguém os vir de longe brilhando

na poeira, cuidará que são flores que o vento despiu, estrelas

que se escaparam das trevas, pingos de luz, lágrimas de sol,

ou penas de um anjo que perdeu as asas por amor.

MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA

O Canto do Vento nos Ciprestes

5.3.10

Fandango do rancho de Benfica do Ribatejo

Já tinha saudades de um fandanguinho do meu Ribatejo.
Já chega de coisas feias!....

A FACE HEDIONDA DE CERTA COMUNICAÇÃO SOCIAL



Acabo de receber este apontamento do blogue "A Devida Comédia".
Já me tinha perguntado o que é que Baptista Bastos - um senhor do jornalismo! - pensaria desta gente sem qualidade que infesta a comunicação social - onde ainda há bons jornalistas, diga-se.
 Eis uma crónica que merece ser partilhada, com a pequena introdução do blogue referido:


«Baptista-Bastos escreve esta sexta, no Jornal de Negócios, mais um artigo, como diria o outro, "incontornável". Se concordarem, escrevam-lhe (b.bastos@netcabo.pt). Ele merece saber que não está sozinho a pensar assim.»

Crónica de Baptista Bastos:


Elogio da imprensa e dos seus homens livres


O inquérito na Comissão de Ética tem obtido resultados pungentes. Até agora, os deponentes que por lá passaram debitaram umas banalidades e revelaram uma assustadora ignorância da nossa História próxima recente, como uma indigência comovente do que é jornalismo. Apenas Francisco Pinto Balsemão disse algumas coisas acertadas. Não espanta. Ele é um homem que, no "Diário Popular", de que foi proprietário, conheceu a agressiva intervenção da Censura. Com uma Redacção na maioria constituída por jovens redactores que não morriam de amores pelo salazarismo: alguns deles, como Mário Ventura, tinham passado, duas vezes, pelas masmorras de Caxias. Balsemão conhece as diferenças das épocas e possui, sobre todos os outros preopinantes, a experiência de moral em acção. Não nos esqueçamos que, quando foi primeiro-ministro (já depois de Abril, evidentemente), o jornal que mais o atacou, às vezes quase irracionalmente, chamava-se e chama-se "Expresso", de que é dono.


Escuso-me a dizer o que, profissionalmente, penso, hoje, daquele semanário, cuja leitura abandonei, por viscosa, há mais de três anos. Mas o que penso, obsta-me, por motivos de ordem higiénica. Mas Balsemão é outra coisa. Como dizia um querido amigo, Manuel Magro, outro dos grandes de que o "Diário Popular" dispôs, "o homem tem a democracia até à medula."


Quero dizer, com isto, que Francisco Pinto Balsemão, sobre ter a carteira profissional de jornalista, de que se orgulha, sabe do que fala quando fala de jornais. Ao contrário de muitos daqueles simpatizantes de jornalismo, que pela Comissão de Ética têm passado. O depoimento dele seguiu-se ao de Manuela Moura Guedes, cujo conteúdo e objectivos deixo de largo. Cansei-me de campeões da liberdade.


Aquilo vai levar a nada. O que não sucederá, quase de certeza, com a Comissão de Inquérito Parlamentar. Vai--se saber, então, se José Sócrates e seus apaniguados "socialistas" acondicionavam, em aconchego tenebroso, um plano sinistro para dominar a liberdade de expressão. Apurada a verdade dos factos, comprovada como verdade que o primeiro-ministro mentiu ao Parlamento, chamado que for para averiguações dos acontecimentos - o seu destino está marcado: terá de ser despedido, por indecente e má figura. Será a primeira vez que um primeiro-ministro de Portugal sofrerá de tal pena e de tal vergonha.


Todavia, tem de se saber se ele é ou não culpado de indignidade moral. Os senhoritos e senhoritas que por lá têm debitado banalidades e espelhado um narcisismo risível nada acrescentam à verdade que se procura. Por outro lado, os deputados, valha-os Deus!, manifestam um desconhecimento absoluto da especificidade do jornalismo e das singularidades dos profissionais. Este último pormenor está longe de ser despiciendo: a feira de vaidades que é a Imprensa (lato senso), o concentrado de egos que acalenta e o amontoado de ódios que embala são de molde (quando se os conhece) a fazer fugir o espírito mais coriáceo.


Alguns dos responsáveis pelas publicações deviam envergonhar-se pelo que dizem e pelo papel que vêm representando. Já praticaram censura interna, já procederam a práticas de omissão e de perseguição (a forma mais hedionda de censura), já foram as vozes caninas da ideologia dominante. Deviam, caso estivessem interessados e soubessem, preocupar-se mais com a natureza dos conteúdos, com a gramática e com a fundamentação das notícias que apresentam.


A batalha pela tiragem, no caso dos jornais, e pelas audiências, quanto às televisões, atingiu níveis nunca vistos e extremamente perigosos. A informação deixou, na esmagadora maioria dos casos, de ser contextualizada, social e historicamente; e a opinião contrária, habitualmente, é obtida através do telefone. Um descrédito que tem acentuado a degenerescência da profissão e a decadência de uma classe que, mesmo nas horas mais ominosas do fascismo, conseguiu manter a cabeça fora do lodaçal, e não capitular. E, podem crer os Dilectos, foram anos e anos dolorosos e difíceis, que aniquilaram grandes jornalistas e destruíram sonhos maiores e decentes ambições.


João Chagas [1863-1925], que foi um dos maiores jornalistas portugueses de sempre, político emérito, grande prosador e homem de bem, escreveu, em "As Minhas Razões", reflexões admiráveis, e extremamente actuais acerca do tema de que discreteei. Um excerto:


"Está absolutamente demonstrado que só os poderes enfraquecidos perseguem a Imprensa e, por outro lado, está igualmente demonstrado que nem por isso se tornam mais robustos e que, ao contrário, acabam quase sempre por se declarar vencidos. Só os poderes enfraquecidos temem a Imprensa, porque a Imprensa não é para temer. Só a verdade é temível, disse o velho Thiers, que um tão belo papel representou no acto de protesto contra as Ordenanças de Julho.


"Os juízos da Imprensa só são eficazes quando são justos, porque, apesar de tudo, quando se pensa da influência da Imprensa sobra a opinião, nem por isso é menos certo que são, afinal, os votos desta que ela acaba por formular. Não é geralmente o jornal que faz a opinião, é a opinião que faz o jornal, e o jornal é, quase sempre, o último a exprimi-la."


Dilecto: agora, ia por aí fora, na reprodução desta extraordinária reflexão sobre jornalismo. Que fique pois, e somente, como um voto de gratidão e homenagem aos autênticos profissionais portugueses, que nos legaram páginas e páginas imortais, nas quais a liberdade está marcada como desejo, realidade e luta. E como imposição da honra, da dignidade e da honradez.


Aos outros, o meu profundo desdém.

4.3.10

INSUPORTÁVEL

Sei o que sofri em miúdo com a violência de alguns matulões. Sei o que é procurar caminhos inesperados a caminho da escola para fugir dos grandões que me chamavam "caixa ´d'óculos".

Um rapazinho procurou na morte a libertação de tanta crueldade.
Muitas vezes a infância não é um lugar feliz. Por isso esta notícia do JN é-me insuportável.

Morreu para evitar agressão de colegas



Leandro, 12 anos, é a primeira vítima mortal conhecida de bullying em Portugal. Atirou-se ao rio Tua. Colegas garantem que não é caso único de violência na escola


HELENA TEIXEIRA DA SILVA

Ontem, quarta-feira, Christian não foi à escola. No dia anterior, almoçou à pressa na cantina, saiu aflito para o recreio quando viu, mais uma vez, o corpo franzino de Leandro, primo e amigo de 12 anos, ser espancado por dois colegas mais velhos.

Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se.

Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido.
Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "há mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família.

Escola sem luto nem explicação

Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital".
Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos".

2.3.10

chopin waltz

1 de Março de 1810: nasce Chopin.
A vida de Chopin foi típica de um romântico do séc XIX: a sua música, a aparência aristocrática, a devastadora doença final - morreu de tuberculose, aos 39 anos - e o dramático caso amoroso com a escritora George Sand.
E foi ele que fez o piano falar...

1.3.10

PENEIRICES



Dou por mim à procura de elevado assunto para dourar estas coisecas que por aqui vou escrevinhando. Há muita peneirice nestas escritas, é o que é. A coisa tem de ser mais leve.
Pesada é a vida, olha a minha amiga T. a contas com doença bem ruim, vale bem a pena a gente andar p'raqui a botar bandeiras no alto!
Vou ali à rua, o mundo mexe em cada transeunte (raio de palavra!) que se cruza comigo, andamos todos à gandaia da vidinha. Até que a escala de richter dê um estouro e acordemos todos na rua à espera da solidariedade do mundo. E lá se vão as sabedorias!

A VERDADE APRENDEU...

Volta e meia visito as páginas de Baltasar Gracián:

«A verdade era a esposa legal do entendimento, mas a falsidade, sua grande rival, tentou expulsá-la da sua cama e derrubá-la do seu trono. Que ardis não inventou! Que calúnias! Começou por apelidar a verdade de grosseira, rude, pesada e simples. E descreveu-se a si mesma como cortês, esperta, elegante e gentil. E embora fosse naturalmente feia, era muito boa na arte do disfarce. Tomou o prazer como moço de recados e em breve destronava a parte mais nobre do espírito.


Desprezada e perseguida, a Verdade foi ter com a Inteligência para lhe contar as suas desventuras e pedir remédio.

— Ouve, minha amiga — disse a Inteligência — em tempos como estes nenhuma comida é mais intragável do que a crua desilusão, nada mais amargo do que uma boca cheia de verdade nua. A luz que incide directamente nos olhos pode torturar uma águia ou um lince. O que esperas das pessoas cuja visão está doente? Foi por isso que os sábios médicos da alma inventaram a arte de dourar a verdade, de adoçar a desilusão. Escreve isto: hás-de agradecer-me o conselho. Deves ser mais política. Veste-te como a Falsidade, pede emprestadas algumas das suas jóias e terás sucesso, prometo-te.

A verdade abriu os olhos para o estratagema e nunca mais foi a mesma. Agora mais inventiva, concebe ardis, faz a distância parecer mais próxima, fala do presente no passado, considera numa pessoa aquilo que deseja condenar noutra, visa o José para derrubar o João, cativa as emoções, finge afeição, baseia-se em fábulas simples e doces e, através de movimentos sinuosos como este, consegue chegar exactamente onde quer.»


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"Baltasar Gracián y Morales (Belmonte de Gracián, 8 de janeiro de 1601 — Tarazona, 6 de dezembro de 1658) foi um importante prosador espanhol do século XVII ao lado de autores como Francisco de Quevedo e Miguel de Cervantes, além de teólogo e filósofo.



É conhecido como líder do conceptismo, estilo literário caracterizado pela sobriedade e a concisão. Sua obra inclui seis livros: alguns sobre a arte da escrita e outros sobre a ética da vida, nos quais publicou usando um pseudônimo. Estes livros tiveram sua verdadeira autoria descoberta e o autor foi punido com a proibição de publicar seus escritos e a perda da cátedra.


É um escritor do Século de Ouro (Siglo de Oro). Entre sua prosa didática destacou-se a obra A Arte da Prudência. Gracián influenciou pensadores como François de La Rochefoucauld, Voltaire, Jacques Lacan e principalmente os filósofos Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche."
(da Wikipédia)