2.1.10

COMPANHEIRA





Não te busquei, não te pedi: vieste.

E desde que eu nasci houve mil coisas

que a meus olhos se deram com igual

simplicidade: o Sol, a manhã de hoje,

essa flor que é tão grácil que a não quero,

o milagre das fontes pelo estio...

Vieste (O Sol veio também, a flor,

a manhã de hoje, as águas...). Alegria,

mas calada alegria, mas serena,

entendimento puro, natural

encontro, natural como a chegada

do Sol, da flor, das águas, da manhã,

de ti, que eu não buscara nem pedira.

E o Amor? E o Amor? E o Amor?

-: Vieste.


Sebastião da Gama, Campo Aberto

Foto: "Andorinha do mar", do blogue "Look at the earth"

3 comentários:

Unknown disse...

Méon,

e o SOL brilha intensamente por sobre o mar!

A andorinha veio.
Na protecção do beiral descansou dos sobressaltos da viagem.
Escolheu ficar.

Beijinho.

Branca disse...

Olá Méon,

Bela forma de começares o ano, com andorinhas e as belas palavras de Sebastião da Gama, grande e tão esquecido poeta.
É lindíssimo este poema, que nos fala de amor e da alegria calada e serena, a maior, a mais profunda alegria.

Beijinhos para ti com o desejo de muitas alegrias que somem uma grande felicidade.
Branca

Clotilde S. disse...

Belíssimo post, Méon!

Que a gaivota do Amor nunca cesse de voar para ti, riscando o céu com laços de alegria.
Beijinhos,
Clo