21.2.19

NÃO ESTAMOS SÓS

              
                                                                                                (Foto @ J. Moedas Duarte)

Silabas tão leves
que nem a água
estremece
(Fernando Fabião, Na Orlas da Tinta, 2001)



Sobre F. Fabião e um apontamento que sobre ele fiz em 3 de Janeiro de 2015, recebi hoje este comentário de Alfredo Rangel.:


Fantástico...
Extraordinária magia que acabo de conhecer.

Procurei saber quem era esta pessoa e encontrei o seu blogue "ALMA TUA", com este poema:


 FERNANDO FABIÃO

Escrever, tecer um anel
em redor das coisas.
A tinta prolonga
o sangue,
consome o saber das sílabas.

Com um pé na forma
e outro na errância,
navego no coração do vento.

Respiro no milagre
dos gestos íntimos e graves.

Faço do espanto
a regra e o sinal.

Talvez adormeça
encostado ao azul,
na mais pura ignorância da morte.



Não podia deixar de comentar. Foi o que fiz:

"Talvez uma contextualização ajudasse a entender as circunstâncias deste seu poema.
Posso ajudar: Fernando Fabião é um cidadão torriense (Torres Vedras) que vive em Mafra. Advogado, trabalha na Administração Pública. Tem obra publicada, infelizmente pouco conhecida, porque não é um mercador das Letras.
Tenho aqui os livros dele: Nascente da sede (Ed. Ulmeiro, 2000) e Na orla da tinta (Cam. Municipal do Funchal, 2001).
Todos os anos, pelo Natal, manda-me Boas Festas acompanhadas de um ou dois poemas.
Alfredo Rangel visitou o meu blogue em 21 Fev 2019 e deixou comentário que expressa o seu deslumbramento face à poesia de F. Fabião.
Deslumbramento que procurou transmitir através deste poema."

A foto que ilustra este apontamento é a expressão paradoxal de que não estamos sós.
No mundo, ao nosso lado, habitam pessoas como Fernando Fabião e Alfredo Rangel.



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