12.8.08

POR ACASO?

Depois de uma declaração, ontem, de afastamento temporário, este regresso imediato parece incongruente. Mas há coisas que só podem explicar-se por razões de acaso - se é que o acaso tem razões...

Não esqueço a impressão que me causou a primeira leitura de "A Insustentável Leveza do Ser", de Milan Kundera. A ideia básica que retive foi a de que uma parte das nossas vidas depende de acasos que não controlamos. Tal como na evolução natural, é o aleatório que determina uma percentagem significativa dos dias que vivemos.

Talvez isto explique a impressão de que há pessoas com azar na vida e outras com sorte. O que pode acontecer, na verdade, é que cada pessoa tem uma percepção própria do tempo. Há aquelas para quem o tempo é uma linha contínua de sentido único e dela não são capazes de sair; e há outras que o vêem como sucessão de ciclos, cuja duração pode ser influenciada pelas escolhas que fazem a cada momento, sendo capazes de criar "momentos decisivos" de mudança de ciclo.

Estas pessoas estão mais atentas aos sinais do tempo e são capazes de criar, elas próprias, alguns sinais que mudam o tempo. Fazem as coisas acontecer, enquanto as outras são acontecidas pelas coisas...



O que me suscitou estas reflexões foi um livro que casualmente(?) me veio parar às mãos. Porquê? Talvez porque provoquei o acaso: não encontrei um envelope que queria numa livraria. Podia ter-me conformado e rranjado outra solução. Mas teimei e entrei numa segunda. Onde, para além do que pretendia, me esperava este livro que me está a ajudar a entender o acaso, sem recorrer às estafadas ideias de que é a divina providência que o comanda à distância...
Voltarei ao assunto...

6 comentários:

Elsa Martinho disse...

E eu casulmente(?) voltei aqui hoje, e ainda bem, o tema promete, e o livro também...

Um beijinho*

Azul disse...

Olá Méon. Voltei de férias por onde andei divagando, talvez reflectindo de uma nova maneira, p'lo meio de gente substancialmente mais nova do que eu, experimentando sons novos ao vivo. (Estive no festival do sudoeste) Gostei imenso de o ler aqui, neste seu texto espontâneo e aberto acerca das des-razões do acaso e das mudanças de ciclo. Por acaso, ou talvez não (?)também eu me encontro no meio de um (novo) acaso e, portanto, percorrendo a minha mudança de ciclo. Interessante sintonia.
Novas no azul e no carmim. Desejo-lhe uma boa temporada aqui e, por favor, não se afaste por muito tempo porque eu gosto muito de o ouvir. Abraço. Até breve. Azul.

Justine disse...

Muito interessante a tua reflexão sobre o acaso, com que concordo.
E obrigada pela sugestão do livro, que vou aproveitar.

Sobre as pessoas que "fazem as coisas acontecer", gosto muito de citar aquela canção do Geraldo Vandré "vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer..."

Obrigada pela visita ao meu canto.

Voltarei.

Joaquim Moedas Duarte disse...

Elsa Martinho:

É uma reflexão que nos pode motivar a uma troca de ideias sobre o assunto.
Outro!

Joaquim Moedas Duarte disse...

Azul:

Ressurgida do silêncio prolongado! Bem-vinda, então!
O silêncio do "AZUL" foi criador, pelo que já li...
Que bom essa aventura musical junto da malta mais nova!

Bom recomeço de actividades!

Joaquim Moedas Duarte disse...

Justine:

Gostava de ter tempo para trocar ideias sobre este assunto do acaso. E, já agora, do TEMPO...

Vamos a isso?

Volta sempre!