26.11.10

CONSTRUÇÃO

Foto: Méon T.Vedras 2010

Gonçalo M. Tavares.
Este homem chega aos trinta anos e tem uma obra de muitos livros, fechada na gaveta. Depois  começa a publicar e não pára mais. Acumula prémios literáros, em Portugal e lá fora.
Lê-se com a curiosidade com que se visita um país desconhecido, embora com a sensação de que já tínhamos visto as pessoas e as paisagens. Lugar estranhamente familiar.

Um país onde também há poesia:

A Prova na poesia


Queres acreditar?
Nenhuma garantia basta.
Por exemplo: não há narrativas
que levem a prescindir
             da proximidade do mar.
O mar é material: exige a tua presença.
Também assim com a poesia.
Como um peregrino:
            vai rápido ver o verso.

Gonçalo M. Tavares

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Do jornal SOL de 25/10/2008:

«O  Kafka português

No início deste mês, o jornal francês Fígaro saudou a publicação da tradução de Jerusalém apelidando Gonçalo M.Tavares de «Kafka português», ao mesmo tempo que atribuía nota máxima ao romance. É um exemplo, entre muitos, do entusiasmo geral em torno da obra do escritor nascido em Luanda, em 1970, que veio para Portugal com apenas três anos. Apesar de só ter começado a publicar aos 31, foi entre os 20 e os 30 que escreveu a maior parte da matéria bruta da obra que editou até agora. Com o segundo livro e o primeiro de um projecto a que veio a denominar de O Bairro - 0 Senhor Valéry - venceu o prémio Branquinho da Fonseca, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo jornal Expresso. Entretanto, já juntou a essa distinção o Prémio LER/Millenium BCP 2004, o Prémio José Saramago 2005, o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco e o prémio brasileiro Portugal Telecom 2007. Actualmente vive em Lisboa e é professor da cadeira Cultura e Pensamento Contemporâneo na Faculdade de Motricidade Humana. No mês de Novembro publica um novo livro pela Caminho, O Senhor Breton e a Entrevista, e uma reedição conjunta de Um Homem: Klaus Klump e A Máquina de Joseph Walser.»

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