2.12.08

NESTA HORA



QUANTOS SEREMOS?

Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!


Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.


E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
Miguel Torga

2 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Méon,

Seremos TODOS!!!!
"Brigados" por este TORGA!!!!

Beijinho.

Anónimo disse...

Vai ser o poema do meu próximo "Bom fim-de-semana"; obgdo.