27.10.08





SABEDORIA




Aprende a estar só, e a dizer
Adeus às coisas que se afastam.
Deixa-as ir, supérfluas... Recolhe-te
À pobreza das coisas que te bastam.




Não te apegues à névoa dispensável
Nem ao cómodo torpor do que te é dado.
Mas canta, como um rio que não sabe
Se canta para si ou é escutado...




Estende à beira-nada o teu poema,
Vai cantando sozinho o que é verdade.
E deixa-te invadir pela bondade
- A sabedoria íntima e suprema.




(João Maia, in Abriu-se a Noite)

Foto Méon (C): Rio Tejo, junto a Alpiarça

6 comentários:

Xantipa disse...

Bondade e sabedoria...
:)
Que bem escolhido!
Um beijinho

Joaquim Moedas Duarte disse...

Xantipa:

De vez em quando volto a este poema. Chama-me a atenção para o essencial!

Outro de volta!

Anónimo disse...

"Nunca vi um alentgejano a cantar sozinho". O poema é lindo mas... cantar sozinho a verdade?!

avelaneiraflorida disse...

Méon,
e aqui canta o TEJO! O imenso rio...
SEMPRE!!!
Beijinho.

Joaquim Moedas Duarte disse...

cs:

Percebo a reserva...
Mas... o poeta não é, por natureza, um solitário?


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Avelã:

Não é por acaso que os rios andam sempre associados às grandes viagens interiores... Lembras-te do Siddartha?

beijinho, SEMPRE.

Anónimo disse...

Lindo!
Os Dons de cada um...ânimo para quem ama esta arte de fazer/dizer!!