3.11.08

REMORSO


Cubro-me de um remorso magoado
de nem sempre ofertar às palavras
a matéria lisa da luz
quando à noite, os teus passos
inundam a casa

pressinto, em cada quarto, uma chama
inesgotável
uma folha aberta ao ofício
das sílabas

pressinto, rente ao som
de algumas palavras (a palavra vento a palavra cais)
a rota de um outro navio
ancorado no teu peito



(Fernando Jorge Fabião)
Foto: Nuno Monteiro, na Net

 
Mais uma vez chegam pelo correio palavras carregadas de intensa luminosidade, testemunhas de Vida viva!
Obrigado, Fernando!

3 comentários:

Xantipa disse...

Que alegria deve ser receber essas cartas! Obrigada por partilhares connosco!
Beijinhos

Joaquim Moedas Duarte disse...

Sim, é muto bom sentirmo-nos olhados por quem tem tanta sensibilidade...
Fica bem, amiga!

avelaneiraflorida disse...

Méon,

e cada carta traz um poema com tantas belas palavras com tanto sentir!!!!

Imensa a poesia de Fabião!!!!!!!

Beijinho.