13.4.11

O GATO E O RATO



O filme que ontem aqui deixei suscitou discussão, naturalmente. É certo que ninguém escreveu comentários - vá-se lá saber porque é que os meus visitantes não gostam de deixar comentários... - mas houve conversas por fora.
A fragilidade deste filme/metáfora é que ele mostra uma realidade a preto e branco. Os bons dum lado, os maus do outro. Os bons são um bocado lerdos e demoram tempo a perceber quem são os maus. Mas um dia, finalmente, acordam! Percebem! E juntam-se, num imenso movimento de libertação. Fora com os maus, agora só ficam os bons!
Felizes para sempre! "O sol brilhará para todos nós"!

Estamos nisto há anos. Agora até o Otelo do 25 de Abril vem dizer que, se soubesse que isto ia ser assim, não tinha avançado com a tropa. Se calhar viu o filme, leu-o à letra, juntou os ratos e correu com os gatos. Mas não contava que muitos ratos viriam a transformar-se em gatos.

Só se admira quem não estuda História. "Do mesmo ao mesmo através do diverso". Esse é o drama humano.
Gostaria de ser como alguns que batem com a cabeça no tótem sagrado e repetem até à náusea: eu acredito na utopia... eu acredito na utopia... eu acredito na utopia... ( e, quando se calam, é para vituperar quem não acredita, convictos de que a falta de crença desses é que sustenta os gatos...)

Sem comentários: