19.12.09

POESIA JOCOSA


Só hoje me chegou este mimo de poesia jocosa.
Tem faltado ao nosso quotidiano esta mordacidade elegante e certeira e com tantas tradições na nossa Literatura.
Não resisto a transcrevê-la, remetendo os interessados para a sua origem, o blogue do Pafúncio...



Ó Fernanda ! Canse-o !...  

  
Requerimento a Fernanda Câncio (namorada do nosso PM!),
por Euleriano Ponati, poeta não titular

Ó Fernanda, dado

que já estou cansado

do ar teatral

a que ele equivale

em todo o horário

de cada canal,

no noticiário,

no telejornal,

ligando-se ao povo,

do qual ele se afasta,

gastando de novo

a fala já gasta

e a pôr agastado

quem muito se agasta

por ser enganado.


Ó Fernanda, dado

que é tempo de basta,

que já estou cansado

do excesso de carga,

do excesso de banda,

da banda que é larga,

da gente que é branda,

da frase que é ópio,

do estilo que é próprio

para a propaganda,

da falta de estudo,

do tudo que é zero,

dos logros a esmo

e do exagero

que o nega a si mesmo,

do acto que é baço,

do sério que é escasso,

mantendo a mentira,

mantendo a vaidade,

negando a verdade,

que sempre enjoou,

nas pedras que atira,

mas sem que refira

o caos que criou.


Ó Fernanda, dado

que já estou cansado,

que falta paciência,

por ter suportado

em exagerado

o que é aparência.


Ó Fernanda, dado

que já estou cansado,

ao fim e ao cabo,

das farsas que ele faz,

a querer que o diabo

me leve o que ele traz,

ele que é um amigo

de Sao Satanás,

entenda o que eu digo: 
 
Eu já estou cansado!

Sem aviso prévio,

ó Fernanda, prive-o

de ser contestado!

Retire-o do Estado!

Torne-o bem privado!


Ó Fernanda, leve-o!

Traga-nos alívio!

Tenha-o só num pátio

para o seu convívio!

Ó Fernanda, trate-o!

Ó Fernanda, amanse-o!

Ó Fernanda, ate-o!

Ó Fernanda, canse-o!

Sem comentários: