21.4.10

MARÉ DE FLORES


Nuno Júdice é um nome incontornável na poesia portuguesa contemporânea.
Ontem, ao postar aqui o poema algo estranho de David Mourão-Ferreira, encontrei outro, com o mesmo título, do Nuno Júdice. É por isso que um dos meus desportos favoritos é vagabundear pelos livros cá de casa...

FLOR

Conheço uma flor de pétalas brancas
quando a corto do caule, amarelas
se a ponho ao sol, vermelhas ao
metê-la no cálice que ela enfeita.

E uma flor que tem todas as cores
que eu quiser, mas só ela mas
dá, quando a roubo ao seu jardim,
e só para mim brilha e floresce.

Esta flor é única: não seca
nem morre, e alimenta-se do que
lhe digo, em segredo, neste canto.

Há flores que não precisam de terra
nem de sol para viver. A sua terra
é o poema, o seu sol o amor que as faz crescer.

Nuno Júdice, O Breve Sentimento do Eterno

2 comentários:

Lilá(s) disse...

E estamos sempre a descobrir algo, tantos encantos temos nas nossas prateleiras é só preciso tempo para procurar, por vezes também gosto de me entreter nessas descobertas.
Bjs

lis disse...

Oi Méon
Gosto muito dos poetas portugueses , penso que pela linguagem interessante , bonita.
Essa é linda,sei que posso levar rsrs se achastes é bom que mais pessoas as leia rsrs
abraços