7.6.09

O HOMEM É INTRINSECAMENTE BOM OU MAU?




Foi muito interessante a conversa de hoje com o meu filho João.

A questão era de saber se "o Hmem é intrinsecamente mau"

O pensamento de direita radical responde que "sim". O homem é um ser mau por natureza. Por isso há que impor políticas que o moderem, que o corrijam, que o obriguem a colocar a colectividade(a Nação) à frente do egoismo pessoal. Se necessário, através de uma ditadura e da eliminação de todos os adversários políticos. Em casos especiais há que eliminar os piores dos maus. Hitler fez isso com os judeus. E os homossexuais... e os ciganos...
Quem dirige essas políticas? Uma elite, definida por meios pouco claros.

O pensamento de esquerda radical responde "não". O homem é naturalmente bom, o que o faz mau são as relações de produção que criam exploradores e explorados. Se acabar este tipo de relações de produção, a sociedade entra num período radioso de vida. É nisto que acreditam. Falam do povo como Rousseau falava do "bom selvagem". O povo é bom por natureza, o mal é "o grande capital". Por isso, nos lugares em que chegaram ao poder os radicais de esquerda trataram de acabar com a exploração do homem pelo homem eliminando os exploradores. Na antiga URSS foram uns milhões... Na China também. E na Coreia do Norte...

Quer dizer: uns e outros partem da crença numa espécie de moral absoluta que divide o mundo entre bons e maus. Não nos importaríamos com estas crenças de tipo religioso se não conhecêssemos os seus resultados práticos. Por isso procuramos linhas de leitura da História humana que nos ajudem a perceber melhor a complexidade do mundo.

Como superação destas visões simplistas do mundo, recordámos Ortega Y Gasset que disse: "Eu sou eu e a minha circunstância".
Quer dizer: o homem não é bom ou mau por natureza, é o que é mediante as circunstâncias em que vive. Veja-se o caso dos judeus, perseguidos na Alemanha da 2ª Guerra Mundial e que são hoje perseguidores dos palestinianos.

Felizmente a vida tem uma diversidade e uma pluralidade tais que desmentem as experiências trágicas dos extremismos. Há que confiar nas leituras mais inteligentes da realidade, isto é, as que têm em conta todos os factores que a constituem.


Sem comentários: