16.10.10

POEMA PARA ESTA TARDE






CONSTRUÇÕES


Prendo-me a uma coisa simples. Pode
ser o teu rosto naquele vidro, que eu vi
e não mais esqueci.

Faço do tempo um parapeito. E
debruço-me nele, à tua espera, sentindo
na madeira o calor do teu peito.

Ergo na areia um castelo de enigmas. E
fecho-te na sua torre, a castelã que me ensinou
a entrar sem saber por onde sair.

(Mas para que hei de sair
de onde quero ficar?)


Nuno Júdice,
Geometria Variável
Public Dom Quixote, Lx, 2005

2 comentários:

Lilá(s) disse...

Num recanto como o da imagem a poesia acontece...
Bjs

Unknown disse...

E mais palavras aconchegando-se a nós!


Beijinho.