Carlos de Oliveira, um dos grandes escritores portugueses do século XX!
Ando a revisitá-lo. Um mundo! Voltar a "Casa na Duna" , "Uma abelha na Chuva", "Finisterra: Paidagem e Povoamento". E Ao "Trabalho Poético"!
Deixarei no LUGAR ONDE a totalidade da página literária. Aqui fica apenas um pedacinho, este "soneto da chuva", com grafismo especial como ele o deixou.
SONETO DA CHUVA
Quantas vezes chorou no teu regaço
a minha infância, terra que eu pisei:
aqueles versos de água onde os direi,
cansado como vou do teu cansaço?
Virá abril de novo, até a tua
memória se fartar das mesmas flores
numa última órbita em que fores
carregada de cinza como a lua.
Porque bebes as dores que me são dadas,
desfeito é já no vosso próprio frio
meu coração, visões abandonadas.
Deixem chover as lágrimas que eu crio:
menos que chuva e lama nas estradas
és tu, poesia, meu amargo rio.
3 comentários:
MÈON, MEU AMIGO
QUE BELA ESCOLHA!!!!
hoje, exactamente, quando caiem as primeiras chuvas de Outono!!!
UM DIA TRANQUILO!
Coincidência?
A chuva veio e o poeta estava lá...
Para ti também, O DIA CLARO!
É lindo este poema!!
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