11.10.07

PJ: MAIS UM MITO QUE CAI...



Deu-me para comprar este livro!

Explico: nunca gostei de polícias (PSP, GNR...) porque vivi numa terra onde eles "mordiam" mesmo, cães de fila do Estado Novo salazarista. Mas habituei-me a ver a Polícia Judiciária como algo diferente, mais para o lado do FBI. ( Havia uns livros policiais com o nome genérico de FBI que eu li muito nessa época...)


A PJ parecia-me uma polícia altamente especializada em desvendar crimes e essa capacidade era importante para a nossa segurança. Criou-se o mito da eficácia e qualidade da PJ, não só na minha cabeça mas também na dos portugueses em geral.

Porém, ao ler este livro, o mito não resiste. Três inspectores da PJ de Lisboa foram encarregados de "pegar" no caso Joana, depois de os inspectores locais ( no Algarve) não resolverem o assunto. A opinião pública e os media pressionavam, exigindo resultados.
O livro relata a experiência deste grupo. E o leitor fica atónito com a maneira de trabalhar daquela polícia, com fama de tão eficaz. Não vou relatar o que lá se diz mas parece-me digo de crédito dado que o livro foi amplamente falado nas TV's e o autor - um dos inspectores desse trio, que entretanto abandonou a PJ, profundamente desiludido com o estado a que ela chegou - não foi processado nem, que eu saiba, desmentido.
Agora, ao ver nos noticiários que a casa onde a Maddie foi alegadamente raptada foi objecto de nova análise por parte da PJ durante cinco horas, lembro o que vem relatado neste livro sobre o caso Joana. Terá acontecido algo semelhante? Isto é: será que as primeiras investigações na casa não foram exaustivas? Não foi tudo examinado ao mínimo pormenor? Foi preciso irem lá de novo, meses depois, e passarem cinco horas a investigar?
No caso Joana foi isso que se passou. Os primeiros investigadores fizeram erros grosseiros, não viram provas que a segunda brigada encontrou semanas depois, porque usaram métodos laboratoriais que era suposto terem sido usados logo desde o início. E mais grave: os primeiros inspectores não só não o fizeram como deixaram a casa aberta, onde entrou quem quis. Tal como agora no caso Maddie, em que a casa não foi selada.
Que raio de polícia é esta? Não será altura de os governantes e a opinião pública reverem a reverência que guardam perante a PJ e descobrirem que afinal aquilo - pelo menos no Algarve - é um bando de incompetentes?
Que é que eu tenho a ver com isto? - pergunta quem me lê.
É uma questão de segurança. Sentir-me-ei mais seguro se souber que há no meu país uma polícia de investigação criminal verdadeiramente eficaz e competente.
Eu pensava que a PJ era essa polícia. Afinal ... Parece não ser... Ou não é mesmo!

2 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Cada vez que abrimos os olhos "descobrimos" notícias ....que nos parecem de outro mundo!!!!!

A tal ponto chegámos!!!!!

Que, ao menos, o dia nos traga algo de bom!

Joaquim Moedas Duarte disse...

Espero que sim. E este dia vai ser de festa pela nossa amiga C. Graças ao teu enorme esforço!